Apesar de frustrações esportivas, São Paulo comemora evolução interna
A última vez em que o São Paulo conquistou um título foi em 2012, quando levantou a taça da Copa Sul-Americana. De lá para cá o clube tem acumulado fracassos em competições nacionais e internacionais, aumentando um jejum que incomoda todo torcedor são-paulino. No entanto, há quem veja um caminho sendo traçado para a retomada dessas glórias, com pontos em evolução interna, principalmente no departamento de futebol.
Em entrevista ao programa "Bola da Vez", da ESPN, o gerente executivo do Tricolor, Alexandre Pássaro, indicou alguns dos motivos pelos quais ele e seus parceiros dirigentes mantém o olhar positivo para o futuro e enxergam já na configuração atual indícios de que em breve os resultados serão alcançados.
Uma das razões para esse otimismo é a montagem do elenco e o crescimento no índice de manutenção dele de uma temporada para a outra. De 2019 para 2020, mais de 90% das peças continuaram no grupo, algo que em um passado recente era improvável pensar. Com uma base forte e direcionando os gastos em alvos específicos do mercado, maior a chance de sucesso esportivo.
- A gente está evoluindo, já queríamos estar com mais sucesso esportivo, não é segredo. Estamos frustrados, mas ainda podemos buscá-los em um breve espaço de tempo. De 2016 para 2017 mantivemos 41% do elenco, de 2017 para 2018 mantivemos 50%, de 2018 para 2019 mantivemos 60% e de 2019 para 2020 mais de 90%. No começo da gestão tivemos resultados piores, isso te dá o sinal de que aquela equipe não vai te dar sucesso, aí você precisa ser mais agressivo no mercador. Essa evolução toda só vai ser coroada na hora em que o São Paulo estiver no lugar que o clube merece - explicou Pássaro.
E a percepção é de que essa manutenção não tende a ter sucesso apenas no âmbito quantitativo ou técnico, mas também no perfil humano formado com a configuração atual do elenco. Segundo o gerente, a montagem do grupo atual teve como objetivo definir um padrão de jogadores vencedores, que estejam alinhados com aquilo que de melhor a história do clube proporcionou.
- Tem sido uma preocupação do Raí desde que ele chegou ter um perfil de elenco, um perfil de pessoas, de jogadores que combinem muito com aquilo que o São Paulo sempre foi, quando o Raí ganhou, como ele viu dentro do vestiário, mesmo com o Lugano, ou com o presidente Leco, que sempre esteve ali em tantos títulos, inclusive no tricampeonato brasileiro. Então esse desenho de perfil você não faz de uma hora para a outra, jogadores que tem contratos longo, recebem propostas, se machucam... Mas a gente tem a segurança, a expectativa e de certa forma alguns sinais de dentro do nosso vestiário, de nosso trabalho interno, de que esse grupo pode sim estar lá nas paredes do CT.
Neste ano, o clube passará por eleições presidenciais e até o momento não foram definidos os candidatos à sucessão de Leco. O temor do são-paulino é que com a troca de comando, embora muitos estejam descontentes com a atual gestão, parte dessa evolução interna seja perdida com o próximo que assumir as rédeas da instituição. Pássaro, porém, rechaça essa chance e vê esse aumento do profissionalismo como algo sem poder andar para trás.
- Dentro do clube, eu não vejo essa possibilidade de voltar ao passado, é um caminho sem volta. É o que eu sinto dentro do São Paulo e o presidente Leco caminha para esse lado, é um projeto dele e isso está bem encaminhado. Todo o nosso esforço é para que quem chegue não possa andar para trás. Não é sobre pessoas, é sobre estrutura, nosso compromisso é com o São Paulo. Eu acho que não passa por eleição, a gente espera que o próximo presidente continue nesse caminho. Não dá para ter certeza pelo que a gente conhece do futebol brasileiro, mas não pelo São Paulo - analisou o gerente.
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