Com salário atrasado, Cássio diz entender momento difícil do Corinthians
O Corinthians completou o terceiro meses de atraso salarial para o elenco. Além do pagamento neste mês de julho, estão pendentes ainda os meses de abril e de junho. No entanto, a compreensão do elenco perante à crise econômica tem gerado certo alívio no clube, além de tempo para conseguir reorganizar a situação, especialmente no reinício das competições.
Segundo apurou o "LANCE!", a estratégia dos dirigentes, desde o início da pandemia de coronavírus (fator considerado crucial para os atrasos), foi de manter conversas constantes com todo o grupo ou com seus líderes, inclusive explicando detalhes dos problemas financeiros corintianos. Esse movimento aproximou as partes e proporcionou um clima de entendimento.
As conversas facilitaram também a redução salarial de 25% durante o período sem treinos e jogos. O momento vivido pelo país e pelo mundo, não só no caso do futebol, foi levado em conta pelos atletas, alguns deles, como Cássio, que está no clube há muitos anos, ajudaram nesse convencimento, como o próprio goleiro comentou em entrevista coletiva ontem.
"Se for ver, o clube parado há três meses, não entra receita... Não adianta chegarmos aqui e ficar criticando o clube. Vou ser bem honesto: lógico, você quer receber em dia, não só no futebol, em todas as profissões. Estou aqui na minha nona temporada aqui, nunca aconteceu de atrasar um mês. O salário sempre foi certinho. Isso é uma das primeiras coisas que quando um jogador chega a gente conversa. Eles perguntam, e eu falo. Mas infelizmente aconteceu essa situação de estarmos com salários atrasados. Temos conversado com a diretoria, que nos passou algumas situações. Eles estão trabalhando forte para voltar à normalidade e não ter mais atrasos", afirmou o arqueiro.
Há no elenco a compreensão de que é o momento de ajudar o clube, especialmente pela forma com que toda a situação financeira foi tratada, até porque as receitas não estão entrando nos cofres corintianos. Esse é um dos motivos pelos quais, por enquanto, o Corinthians não teme perder jogadores que venham a pedir rescisão contratual pelos meses sem receber salários.
"O pessoal sempre foi certinho com a gente, agora chega num momento que o clube está sofrendo, com alguns problemas, não vou chegar aqui e falar mal. Não é assim. É momento de ajudar, um momento difícil, não sei quando a gente vai poder ter público no estádio. Não está tendo jogo, e o clube depende das receitas. Quanto antes o Corinthians resolver esse problema e normalizar, vai ser legal", reforçou o goleiro, um dos líderes do elenco.
A esperança do clube é que nas próximas semanas, com a volta das competições, algumas receitas também sejam retomadas, como as de cotas de TV. Além disso, assinou um novo acordo de patrocínio que vai render, no mínimo, R$ 8 milhões por ano e espera a chegada do dinheiro da venda de Pedrinho ao Benfica, que foi adiantado junto a um banco europeu. Com esses valores em mão, o Corinthians pretende quitar as pendências com o elenco.
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