Após impeachment de Peres, Santos deve trocar gestão e vender Veríssimo
Empossado oficialmente como presidente do Santos, até o dia 31 de dezembro, quando se encerra a atual gestão administrativa do clube, Orlando Rollo acredita que com o impedimento do agora ex-mandatário do Peixe, José Carlos Peres, ajudará a diretoria destravar alguns negócios, entre eles a venda do zagueiro Lucas Veríssimo ao Benfica (POR).
Embora admita que o seu principal intuito é deixar a "casa em ordem" para o próximo presidente, que será definido em pleito eleitoral a ser realizado no dia 12 de dezembro, Rollo anseia por um desfecho positivo nas tratativas com os portugueses, pois entende que os recursos levantados serão fundamentais para a diminuição de dívidas.
"Todas as negociações estavam travadas por causa do processo de impeachment. Mercado se fechou para o Santos pela iminência do retorno do Peres, que insistia em voltar com ações judiciais. Mercado receoso, credores receosos. Creio que a partir de agora, com afastamento definitivo, todas as negociações voltam para uma maneira melhor. Vamos encaminhar tudo para uma próxima gestão. Daqui a 20 dias teremos novo presidente. E quero que ele comece dia 13 de dezembro para trabalhar. Vamos abrir o clube e ajudar a próxima gestão", disse Orlando após a posse.
Atualmente, o Peixe tem uma dívida de 3,5 milhões de dólares (R$ 18,8 milhões) com o Huachipato (CHI), referente a inadimplência na contratação do atacante Soteldo, em janeiro de 2019. Os chilenos propuseram perdoar a dívida, e ainda assumir a dívida de R$ 1 milhão que o Peixe tem com o jogador, pela devolução do passe, ainda com a cessão por empréstimo do camisa 10 até que ele fosse vendido a outra equipe pelo clube do Chile. A negociação foi aceita pelo Comitê de Gestão, aprovada pelo Conselho Deliberativo, mas brecada nos últimos dias por conta de exigências feitas pela diretoria negriazule.
Além da pendência com o Huachipato (CHI), o Santos também possui uma dívida de aproximadamente R$ 7 milhões com o Atlético Nacional (COL), por não ter pago parte do valor acordado na contratação do zagueiro Felipe Aguilar, que teve 50% dos direitos vendido em março ao Athletico-PR por R$ 10 milhões. O Peixe promoveu uma campanha de arrecadação virtual a fim de levantar R$ 2 milhões e iniciar uma negociação com os colombianos, mas levantou apenas R$ 1,1 milhão e o time de Medellín se recusou a abrir negociação.
"Esses valores estão guardados para negociação com o Atlético Nacional. A princípio não aceitaram a primeira proposta, mas seguimos negociando. Se conseguirmos negociar o Lucas Veríssimo, resolvemos problemas de curto prazo do Santos Futebol Clube", afirmou Rollo.
Por conta das inadimplências, o Santos está impedido junto a Fifa de registrar novos atletas. O primeiro banimento aconteceu em março, por conta de uma pendência de 4,5 milhões de euros (R$ 28,7 milhão) com o Hamburgo, devido a não quitação pela compra do zagueiro Cléber Reis, atualmente emprestado a Ponte Preta, em 2017, ainda na gestão do ex-presidente Modesto Roma Júnior. Em outubro, o Peixe acertou um acordo com os alemães e viu o bloqueio ser derrubado por quatro dias, quando uma nova janela de transferências foi aberta e a ação pelas dívidas com Huachipato e Nacional passaram a valer.
Além das dívidas externas, o Alvinegro também possui pendências com atletas referentes a direitos de imagem, o acordo relativo ao corte salarial nos meses de paralisação do futebol, por conta da pandemia do novo coronavírus, e os salários referentes a outubro que foram pagos apenas parcialmente aos jogadores.
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