Entenda o "Barçagate", escândalo que culminou na prisão de ex-presidente
Em fevereiro de 2020, a imprensa da Catalunha apelidou de "Barçagate" o caso em que o Barcelona contratou o serviço da empresa I3Ventures para administrar contas nas redes sociais com o objetivo de defender a diretoria do clube, presidida por Josep Maria Bartomeu, e atacar ex-mandatários, como Joan Laporta, jogadores, como Messi e Piqué, e empresários locais, opositores e políticos.
Segundo as reportagens, o clube teria pagado cerca de um milhão de euros (R$ 6,7 milhões) à I3Ventures dividido em diferentes contratos com valores de aproximadamente 200 mil euros (R$ 1,3 milhão) com o intuito de contornar os controles internos. Na época, o Barça soltou um comunicado oficial negando qualquer participação no caso.
Após a nota, o programa "El Larguero" apresentou provas de que a I3Ventures era dona de uma página chamada "Respeto y Deporte", além de um relatório em que a empresa administrava outras cinco contas no Facebook. Dessa forma, Bartomeu cancelou todos os contratos, mas negou que havia contratado o serviço para difamar pessoas ligadas ao clube. No mesmo dia, o ex-presidente se reuniu com os jogadores para explicar a situação.
O Barcelona contratou os serviços para que fosse realizada uma auditoria externa, além de Bartomeu ter suspendido o trabalho e o salário de Jaume Masferrer, assessor e braço direito do presidente. Meses depois, foi descoberto que o ex-vice-presidente continuou recebendo seus salários.
Denúncia
Em abril, Bartomeu exige a demissão de alguns membros da diretoria e seis nomes deixam o clube. No mesmo mês, o grupo de sócios Dignitat Blaugrana apresentou uma denúncia por administração irregular e corrupção. No entanto, além da I3Ventures, o programa "Què t'hi Jugues" revelou que outras cinco empresas do conglomerado da NiceStream também tinham contrato com o Barcelona.
Investigação
Em junho, a juíza Ariadna Gil aceita a denúncia e em julho começam as investigações por parte dos Mossos d'Esquadra (grupo de polícia especial da Catalunha). Em outubro, a responsável vê indícios de delito no caso e prorroga a investigação pela primeira vez, enquanto a polícia da Catalunha acredita que possa ter havido administração irregular na contratação de um grupo de empresas. No fim do mês, Piqué dá uma dura entrevista criticando a falta de transparência e os ruídos políticos.
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