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Campeonato Italiano proibirá o verde; relembre cores vetadas em uniformes

A empresa Uber Eats não usou o patrocínio em verde por conta do Saint-Étienne, rival do Olympique - Instagram
A empresa Uber Eats não usou o patrocínio em verde por conta do Saint-Étienne, rival do Olympique Imagem: Instagram

Do Lance!

17/07/2021 06h00

O Campeonato Italiano proibirá, a partir do início da temporada 2022/2023, o uso de uniformes com a cor verde para jogadores de linha. A nova regra, que aparece no artigo 2 do regulamento da Serie A Italiana, foi divulgada com uma temporada de antecedência para que os clubes possam trabalhar na produção de novos uniformes já sabendo que terão o impedimento no futuro.

A decisão foi tomada com o interesse de atender aos desejos de empresas de televisão, que querem manter um padrão em suas transmissões da competição. Dessa forma, confira a seguir casos de cores vetadas, por diversos motivos, nos uniformes de times de futebol.

Por falar em verde, a cor já causou polêmica no uniforme do Olympique de Marseille. Em julho de 2019, a "Uber Eats" foi anunciada como nova patrocinadora do clube francês. O acordo trouxe um aporte financeiro maior para o Olympique, o que deveria gerar entusiasmo nos torcedores. Todavia, os fãs ficaram irritados, porque a palavra "Eats", estava em verde, cor do rival Saint-Étienne.

A torcida, então, iniciou um protestou e chegou a fazer um grande banner num viaduto que passa por cima de uma das principais ruas da cidade. Também foi levantada a hastag "#PasDeVertSurNotreMaillot" ("sem verde em nossa camisa") no twitter. No fim das contas, a "Uber Eats" resolveu a questão, e mudou a cor para preto.

Outro clube europeu que viveu esse dilema foi o Barcelona. Também em 2019, o Mundo Deportivo, jornal local, publicou que o clube rejeitou uma proposta da Nike para produzir um uniforme de jogo predominantemente branco para a temporada 2020/2021. A razão para a negativa foi o fato de o rival Real Madrid vestir branco.

A proposta da Nike para a camisa combina uma base branca com uma cruz vermelha inspirada na Cruz de São Jorge, símbolo presente na bandeira da cidade de Barcelona e no escudo do clube. Detalhes em azul também seriam colocados nas mangas, na gola e logo da patrocinadora master. O calção e os meiões seriam brancos, com detalhes em vermelho e azul.

No entanto, apesar disso, o branco já foi usado pelo Barcelona em outras ocasiões. No fim dos anos 1920, quando a rivalidade ainda não era tão grande, o clube catalão usou o branco como cor para a camisa reserva. Posteriormente o fato voltou a ocorrer na década de 1950, mas por raras vezes.

As polêmicas de cores também estão presentes no futebol brasileiro. Na Copa União de 1987, por exemplo, a Coca-Cola fechou um acordo para patrocinar nove dos 16 clubes que disputariam o Módulo Verde. Dessa forma, os times deveriam usar a logo da empresa em suas camisas.

No entanto, o presidente do Grêmio à época, Paulo Odone, percebeu que seria preciso incluir a cor vermelha da Coca Cola no uniforme. Assim, criou-se um impasse, porque Odone disse que o Tricolor Gaúcho jamais poderia entrar em campo com a cor do rival Internacional.

O site revela ainda que os representantes de marketing do Clube dos 13 precisaram convencer a direção da Coca-Cola a abrir mão da marca tradicional. Inclusive, a matriz da companhia em Atlanta precisou dar o aval para o acordo, que permitiu que o Grêmio adotasse a logo da bebida em preto. Para a época, que ainda não havia Coca zero, cuja lata é preta, foi uma quebra de parâmetro significativa.

O "Grenal fora de campo" não para por aí. O banco Banrisul, cuja marca é predominante azul, patrocina a dupla gaúcha desde o começo dos anos 2000. Dessa forma, no uniforme do Internacional, a marca está estampada em branco ou vermelho.

Uma das maiores rivalidades do país, que também sempre traz à tona problemas com cor, é entre Corinthians e Palmeiras. Por causa disso, em 2017, o Timão rejeitou a ideia de vestir o time com detalhes verdes no uniforme, que seriam para homenagear as 71 vítimas do acidente aéreo da Chapecoense.

A "aversão" do Corinthians com o verde também já aconteceu com patrocinadores. Em 2008, o presidente Andrés Sanchez solicitou à Medial Saúde que não usasse tal cor em seu uniforme. Assim, a empresa passou a acompanhar as cores do Alvinegro Paulista.

O problema com a cor não incomodou apenas os corintianos. Em 2016, torcedores do São Paulo ficaram irritados com o logotipo da Prevent Senior, principal patrocinadora do clube na época. Assim, a empresa de planos de saúde, espontaneamente, substituiu as cores verde e azul pelo preto.

O objetivo com isso foi manter as tradições das cores branca, vermelha e preta do clube. Na época, a atitude agradou à diretoria do São Paulo, que tinha dificuldade de mudar as cores de outras marcas na camisa.

Outra empresa que precisou mudar as cores foi a Caixa, quando patrocinou o Atlético-MG entre 2016 e 2018. A marca do banco é escrita em azul, com apenas um traço do "x" em laranja. Como azul é a cor do rival Cruzeiro, a Caixa precisou pintar o patrocínio de branco -- exceto a única parte que está em laranja.