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Anistia Internacional exige da China prova de vida de tenista desaparecida

Shuai Peng no Australian Open de 2019 - Reuters
Shuai Peng no Australian Open de 2019 Imagem: Reuters

18/11/2021 21h08

A Anistia Internacional, principal organização não governamental do mundo pela defesa dos direitos humanos, através de seu escritório em Pequim, na China, exigiu do governo local uma prova de vida da tenista Peng Shuai. A atleta está desaparecida desde que acusou Zhang Gaoli, vice primeiro-ministro da China entre 2013 e 2018, de abuso sexual.

"O governo chinês silenciou sistematicamente o movimento #MeToo* do país. Dado que também tem uma abordagem de tolerância zero às críticas, é profundamente preocupante que Peng Shuai pareça estar desaparecida após acusar um ex-funcionário do alto escalão do governo de agressão sexual", declarou Doriane Lau, pesquisadora da AI na China.

Lau faz referência ao movimento "Eu Também", em tradução literal, que teve início nos Estados Unidos, no qual mulheres conhecidas ou não relataram abusos e assédios sexuais e morais sofridos, bem como outras formas de violência de gênero.

"A suposta declaração recente de Peng de que 'está tudo bem' não deve ser tomada ao pé da letra, visto que a mídia estatal da China tem um histórico de forçar declarações de indivíduos sob coação ou simplesmente fabricá-las. Essas preocupações não irão embora, a menos que a segurança e o paradeiro de Peng sejam confirmados", segue Lau.

"Embora atualmente seja difícil especular sobre as razões por trás do aparente desaparecimento de Peng Shuai, o que está claro é que suas alegações de violência sexual cometida por um político do alto escalão devem ser devidamente investigadas pelas autoridades chinesas", segue o pronunciamento da AI em relação as acusações que Peng fez sobre o ex-vice-primeiro ministro do país, Zhang Gaoli.

"O caso de Peng Shuai destaca o tratamento enfrentado por mulheres sobreviventes de abuso sexual na China, cujas alegações são rotineiramente ignoradas e que muitas vezes são alvo de denúncias", critica Lau.