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Pódio da primeira trans campeã universitária nos EUA causa polêmica, e rival nega protesto

21/03/2022 17h14


Uma polêmica marcou o pódio das 500 jardas livres da NCAA, a liga universitária americana. Após Lia Thomas, de 22 anos, se tornar a primeira mulher trans a conquistar um título em todos os esportes da tradicional competição, na última quinta-feira, em Atlanta, uma foto de outras nadadoras no pódio sem a presença da campeã foi vista como protesto.

Emma Weyant (2ª colocada), Erica Sullivan (3ª) e Brooke Forde (4ª) posaram juntas no pódio. O trio fez parte da seleção dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado. Erica fez um post no Instagram no último domingo em que negou ter protestado contra a presença da campeã, e disse que apenas se reuniu com suas amigas. A publicação inclui uma foto que ela cumprimenta Lia ainda na piscina.

"Ser submetida a falsas alegações na mídia conservadora devido a esta foto com minhas amigas de Tóquio não é algo que acontece todos os dias. Como a foto ainda está circulando, achei que seria mais fácil postar a foto pretendida junto com outra foto minha apertando a mão de Lia depois de sua INCRÍVEL prova de 500 jardas livre. Realmente não poderia ter passado por esse caos sem minha incrível equipe que me defendeu quando senti que estava sendo deturpada e trabalhando tão duro quanto eles para me motivar a fazer o meu melhor pelo Texas. Também agradeço à minha namorada incrível que editou meu artigo com a Newsweek apoiando Lia. Não teria sido capaz de soar tão eloquente ou poderosa sem sua mente e voz incríveis", postou Erica.

Thomas conquistou a medalha de ouro ao nadar as 500 jardas (cerca de 457 metros) em 4m33s24. O recorde da prova pertence à campeã olímpica Katie Ledecky, com 4m24s06 A competição transcorreu em meio a manifestações contrárias à participação de Lia na disputa.

A húngara Reka Gyorgy, 17ª colocada e fora das finais, escreveu uma carta aberta à NCAA, em que afirmou ter perdido a vaga na disputa por medalhas por causa de um "atleta masculino".

A campeã competiu por três anos na equipe masculina antes de passar pelo processo de readequação de gênero. Ela teve de ser submetida a um tratamento para reduzir as taxas de testosterona.

A NCAA segue as mesmas regras do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a inclusão de atletas trans no esporte. É preciso comprovar por um ano que o nível de testosterona está abaixo do limite de 10nm/l de sangue. No início de março a USA Swimming anunciou um limite menor do nível de testosterona, de 10 para 5nml/l, e num período maior, de 12 para 36 meses de controle, mas a medida ainda não começou a valer nesta edição da liga.