Sede da final da Libertadores, Guayaquil vive estado de exceção e onda de violência
Sede da próxima decisão da Libertadores, entre Flamengo e Athletico, Guayaquil vive um momento de insegurança. A cidade é uma das mais atingidas pelo narcotráfico, vê uma escalada de violência e, por isso, o Governo do Equador decretou estado de exceção até o dia 14 de outubro - duas semanas antes da final brasileira pela América.
"Há uma crescente onda de insegurança em diferentes áreas, incluindo roubos, extorsões e assassinatos. Lamentavelmente, há vítimas colaterais, incluindo crianças. Nos últimos meses, houve um aumento de atentados com explosivos. Tudo levou as autoridades a decretarem o estado de exceção, buscando minimizar os crimes" relatou o jornalista Luigi Marchelle, da rede de TV Ecuavisa, ao L!.
Apesar dos episódios e da crise instaurada no país, a Conmebol não trabalha com a mudança do local da final da Copa. Os ingressos estão à venda e o Estádio Monumental de Guayaquil já recebe melhorias.
O estado de exceção em Guayaquil
A cidade de Guayaquil, onde fica o principal porto do país, teve estado de exceção decretado em 14 de agosto, após um ataque com explosivos, atribuído ao crime organizado, que matou cinco pessoas.
A medida determina a suspensão da inviolabilidade de domicilio e a proibição de aglomerações na cidade. Em 13 de setembro, o presidente Guillermo Lasso prorrogou o decreto por mais 30 dias.
O aumento de atividades criminosas, ligadas a grupos organizados e ao narcotráfico, é registrado no país e, em especial em Guayaquil. Entre janeiro e agosto de 2022, foram 861 assassinatos na cidade considerada a zona de maior ocorrência de homicídios dolosos.
- A postura das autoridades é de combater o crime organizado e colocar uma "mão pesada" no assunto. Os únicos mecanismos implementados são o estado de exceção e reforçar a presença de agentes policiais em diferentes zonas - completou Luigi Marchelle.
Crise agravada após feminicídio
A instabilidade no Equador vai além de Guayaquil. Em setembro, a crise agravou-se após o assassinato de María Belén Bernal, de 34 anos, dentro de uma escola policial, em Quito, onde foi visitar seu esposo, o tenente Germán Cáceres, considerado suspeito e foragido.
O corpo da advogada ficou desaparecido por 10 dias até ser localizado próximo à escola policial, e o caso reacendeu a discussão no país a respeito da violência de gênero. Segundo o Ministério Público, foram 573 casos de feminicídio desde 2014, quando o feminicídio foi incluído como crime no Código Penal do Equador
Na última sexta, o presidente Guillermo Lasso pediu a destituição do ministro do Interior, Patricio Carrillo. O presidente também deu o prazo de "uma semana para entregar resultados definitivos que levem à captura de Germán Cáceres" ao comandante-geral da Polícia.
Desde maio, três funcionários públicos (dois promotores e um juiz) foram assassinados. O caso mais recente foi de Édgar Escobar, em 19 de setembro, em Guayaquil. O promotor fazia parte de uma unidade encarregada de crimes de ódio e contra mulheres com base no gênero, e foi baleado, de dia, próximo ao prédio onde trabalhava.
E a final da Copa Libertadores?
Diante dos episódios citados e da escalada da violência, o LANCE! procurou os órgãos de segurança e de Governo do Equador. A Polícia não respondeu os contatos, enquanto funcionários do Ministério do Esporte - o qual firmou acordo com a Conmebol pela realização da Libertadores em Guayaquil - explicou que não irá se pronunciar devido ao caso da María Belén Bernal, que segue sendo apurado.
De todo modo, as forças policiais, o Governo e a Conmebol estão empenhadas em realizar a final da Copa Libertadores em Guayaquil. O jogo entre Flamengo e Athletico está marcada para 29 de outubro.
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