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Libertadores - 2022

Mauro Beting aponta favoritismo na final da Libertadores: '60% a 40%'

Taça da Libertadores é exposta antes de jogo; troféu é dado ao melhor time da América do Sul - Amilcar Orfali/Getty Images
Taça da Libertadores é exposta antes de jogo; troféu é dado ao melhor time da América do Sul Imagem: Amilcar Orfali/Getty Images

27/10/2022 08h05

Flamengo e Athletico-PR se enfrentam no sábado (29) pela decisão da Libertadores de 2022. Quem participará da cobertura pelo SBT, direto de Guayaquil, é o comentarista Mauro Beting. Em contato com o LANCE!, o jornalista projetou a decisão e falou sobre favoritismo no confronto.

"O Flamengo chega como favorito, assim como entendia também que chegava contra o Palmeiras no ano passado, mesmo, na época, sendo o atual campeão e que viraria bi, no caso tricampeão com o título de 1999. Do outro lado, claro, você tem um Felipão mega vencedor em um Furacão que não era favorito, mas foi crescendo", disse Mauro.

"O Athletico venceu o Estudiantes na única derrota deles em La Plata na história da Libertadores em mata-mata, passou pelo então bicampeão, Palmeiras, em pleno Allianz Parque, e pode segurar o Flamengo. No entanto, entendo até que os empates do Flamengo com o Corinthians na Copa do Brasil foram pedagógicos para a equipe do Dorival, que tem mais time, elenco e vem jogando mais no momento. Para mim, é algo em torno de 60% a 40% a favor do Flamengo", completou.

O Flamengo vem de quatro vitórias seguidas no Campeonato Brasileiro, além do título da Copa do Brasil sobre o Corinthians. O Athletico Paranaense, no entanto, vem de uma sequência ruim no Brasileirão. Mauro Beting falou sobre a possível estratégia de Felipão para o jogo e elogiou o treinador.

"Se tem alguém que merece ser mais do que respeitado e admirado, sobretudo em Libertadores, é o Felipão. Ele tem a chance de encerrar a sua carreira brilhante em nível mundial e sul-americano com chave de ouro, caso consiga segurar esse mega time do Flamengo. Se não conseguir, também, palmas do mesmo jeito", elogiou Mauro.

"Ele chegou no meio da temporada, conseguiu reconfigurar essa equipe e está em outra final. Esperamos um Athletico reativo, que espete as bolas e procure seus jogadores de qualidade, como o Vitor Roque, mas pega um time que é superior. Devemos esperar um Flamengo com mais posse de bola e atacando mais, mas atento, sobretudo, aos contragolpes do Furacão", encerrou.

Confira outros trechos da entrevista:

O desempenho do Flamengo na final da Copa do Brasil é motivo de preocupação para o torcedor do Rubro-Negro carioca?
Seria preocupante se o próprio time não soubesse desse momento. Acho que serve como alerta para dizer que não tem nada ganho. A própria e dolorosa derrota no ano passado, em Montevidéu, faz com que esse time chegue ainda mais antenado. Além disso, para mim, o trabalho do Dorival Júnior é melhor em relação ao do Renato. Tem muita gente ótima e mordida pela derrota do ano passado. Podendo lembrar aquele time sensacional de 2019, que, para mim, é o melhor que vi na América do Sul no segundo semestre daquele ano, com o Jorge Jesus. Esse Flamengo não está naquele nível, mas me parece em um nível suficiente para ser novamente campeão.

Um possível título do Athletico Paranaense muda o patamar do clube no Brasil?
Sendo ou não campeão na sua segunda final de Libertadores, o Athletico-PR já mudou de patamar há alguns anos. Para mim, hoje, já é um G-13 dos grandes clubes brasileiros. Aliás, muito mérito desse grupo aí que desde a segunda metade dos anos 90 fez a Arena da Baixada, a reformou para a Copa de 2014, fez o espetacular CT do Caju. Toda essa estrutura, nível de investimento e ousadia levou o clube a mais uma final e com a possibilidade de ser campeão do mundo antes do seu centenário, em 2024. Agora, chegar a mais uma decisão da Libertadores, com possibilidade de ganhar, como já conquistou duas vezes a Sul-Americana, a Copa do Brasil, o Brasileiro lá em 2001... Isso mostra que o Athletico chegou para ficar. Se ganhar sábado, será mais um patamar galgado, mas, se perder, mesmo assim, já está em outro patamar.

O clima vivido em Guayaquil pode atrapalhar a final?
Já estive três vezes lá, embora faça 21 anos que não vou. Espero que na questão climática, o vulcão não atrapalhe e que dentro de campo tenhamos paz e um grande duelo. Para mim, essa final merecia mais público, em uma cidade com menos dificuldades financeiras e com uma logística melhor para se chegar. A América do Sul não é igual a Europa. Infelizmente, também não vimos clima de final em Copas Sul-Americanas com final única. Discordo muito de final única, mas é o que temos e teremos nos próximos anos. Então, esperamos um grande jogo, que é o que teremos dentro de campo, mesmo imaginando que o clima e o astral não serão tão bons. Aí eu torço, outra vez, já que está confirmado esse método de disputa para os próximos anos, para que a Conmebol possa pensar em dois possíveis locais para final da Libertadores e Sul-Americana mais práticos e com melhor logística. Seria melhor para todos.