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Inter: polícia desarticula esquema de fraude e falsificação de ingressos

Ação foi motivada após prisão de cambistas no entorno do estádio Beira Rio - Cris Mattos/CBF
Ação foi motivada após prisão de cambistas no entorno do estádio Beira Rio Imagem: Cris Mattos/CBF

04/11/2022 20h15

Uma operação da Polícia Civil desarticulou, na manhã de hoje, um esquema de fraude que envolvia a confecção de carteiras de sócios colorados e falsificação de ingressos para os jogos do Inter.

Na ação, liderada pela 2ª DP, foram cumpridos mandados de busca contra cinco suspeitos na capital e em Santa Cruz do Sul, interior do Rio Grande do Sul.

A ação teve como ponto de partida o trabalho realizado pela segurança do clube, segundo relata Victor Grunberg, vice-presidente de Administração e Patrimônio do Inter.

"A partir de uma ação motivada pela segurança do clube, que gerou a prisão de cambistas no entorno do estádio, o Sport Club Internacional colocou em prática, desde o jogo contra o Coritiba, uma série de medidas operacionais para dificultar as ações criminosas que vinham ocorrendo. O clube, então, acionou a Polícia Civil para que fosse aberta uma investigação, que resultou na prisão dos infratores nesta sexta-feira. Além da prática de cambismo, a fraude envolve falsidade ideológica, estelionato e falsificações, entre outros crimes que foram desvendados pela polícia", explicou.

Não é novidade

Neste ano, o Palmeiras também enfrentou problemas relacionados à venda ilegal de ingressos. Principalmente nos duelos de maior apelo, os torcedores alviverdes alegam dificuldades para encontrar as entradas nos serviços oferecidos pela instituição. Para combater os cambistas e modernizar o acesso ao Allianz Parque, a agremiação deseja colocar em prática o modelo de reconhecimento facial, de acordo com relato da presidente Leila Pereira durante essa semana.

Em setembro, o atual campeão do Campeonato Brasileiro expulsou 200 cambistas do programa de sócio-torcedor e solicitou à Polícia Civil a abertura de um inquérito para investigar os infratores. Além disso, antes da partida contra o Athletico pela semifinal da Copa Libertadores, diversos criminosos que vendiam ingressos ao redor do estádio tiveram os bilhetes apreendidos e precisaram prestar depoimento na delegacia.

Para Samuel Ferreira, CEO da Meep, companhia de soluções tecnológicas para meios de pagamento que atendeu ao Allianz Parque e ao Mineirão, e será responsável por todo sistema de atendimento e pagamentos da Arena MRV, futuro estádio do Atlético-MG, é fundamental deixar o consumo mais simples e fácil no momento de fidelizar os consumidores. Além disso, os clubes devem garantir segurança no processo de compra dos clientes.

"A biometria facial é uma tecnologia de ponta extremamente fácil e de grande agilidade. Eventualmente no cenário dos clubes ela é uma ótima estratégia para otimizar o tempo e segurança dos torcedores, além de promover uma experiência única para qualquer consumidor que a adquira que estará presente no futuro dos eventos esportivos", explica Samuel.

No duelo contra o Corinthians, disputado no último fim de semana, o Estádio Hailé Pinheiro, do Goiás, se tornou o 1º do Brasil a usar o reconhecimento fácil para 100% do público presente, com ingresso nominal, intransferível e com a foto do torcedor, o que vale para todos: torcida, convidados, cortesias e gratuidades. Todos, obrigatoriamente, precisam estar registrados no banco de dados do clube. Além dessa nova tecnologia, a Serrinha ainda conta com vigilância por câmeras de superzoom em seu interior, capaz de identificar qualquer torcedor presente no estádio, isso sem contar com as lentes instaladas em capacetes utilizados pelos seguranças particulares contratados pelo Goiás.

"É algo que prezamos muito, o conforto e a segurança do nosso torcedor e de qualquer visitante em nossa casa. O Goiás decidiu investir na tecnologia do reconhecimento facial por entender que é algo pioneiro e que vai auxiliar muito e trazer cada vez mais torcedor para os jogos. A família se sentirá mais à vontade para frequentar as praças esportivas, os pais a levarem os seus filhos, é isso que queremos disponibilizar ao nosso torcedor", avalia Paulo Rogério Pinheiro, presidente do Goiás.

Bruno Maia, que é especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento e sócio da Feel The Match, desenvolvedora de propriedades intelectuais para Web3 e Streaming, entende que esse avanço é benéfico e deve ser uma tendência para os clubes seguirem se modernizando.

"O avanço das tecnologias de blockchain têm se mostrado um grande atributo para superar o problema do cambismo. Quando o acesso a um bem ou serviço é emitido neste protocolo, consegue-se oferecer autenticidade e fazer com que a revenda seja controlada e gere dinheiro para o detentor original, eliminando um dos grandes focos de problemas que geram a coibição do cambismo", disse.

Já o presidente do Fortaleza Marcelo Paz, um dos líderes da criação da nova liga no Brasil, também vê essa tecnologia como um avanço para o futebol brasileiro.

"Sou totalmente a favor das novas tecnologias, como biometria e reconhecimento facial, integrado com a Secretaria de Segurança Pública de cada estado. Futebol é uma atividade que não tem nicho, atende todos os públicos, e às vezes pessoas que tem conflitos com a lei vão ao estádio. Estamos falando de um lugar de família, alegria e entretenimento, e ter uma tecnologia que possa identificar, evitar e até mesmo punir pessoas com comportamento inadequado é muito bem-vindo no futebol, um investimento que vale a pena fazer".

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