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Copa do Mundo tem risco 'extremamente alto' de lesões, alerta FIFPro

Sadio Mané foi convocado por Senegal, mas pode não jogar a Copa porque está lesionado - Harry Langer/DeFodi Images via Getty Images
Sadio Mané foi convocado por Senegal, mas pode não jogar a Copa porque está lesionado Imagem: Harry Langer/DeFodi Images via Getty Images

12/11/2022 13h38

Classificação e Jogos

O sindicato internacional dos jogadores profissionais de futebol (FIFPro) mostra preocupação com as circunstâncias únicas e as alterações no calendário para a realização da Copa do Mundo deste ano, que começa no domingo que vem (20), no Qatar. Segundo especialistas, isso criou um risco de lesões sem precedentes.

Segundo a entidade, o fator-chave deste alto risco é a ausência de um período de preparação, como houve em edições passadas do Mundial, disputadas no meio do ano. Desta vez, as grandes ligas interrompem seus jogos apenas a uma semana antes da abertura da Copa. Além disso, alerta a FIFPro, o impacto do calor qatari e a sobrecarga acumulada na temporada podem afetar o desempenho dos jogadores durante e no pós-Copa.

"O risco [de lesão] é maior, assim como o risco de fadiga nas próximas quatro semanas. Os jogadores podem não estar disponíveis quando os maiores jogos forem disputados", diz Jonas Baer-Hoffmann, secretário-geral da FIFPro.

A FIFPro pretende divulgar nos próximos dias um relatório que investiga esse impacto da Copa do Mundo disputada no meio da temporada europeia. O documento promete detalhar a carga extra experimentada por atletas como Harry Kane e Kylian Mbappé durante este ano atípico.

"A probabilidade de lesões e certamente maior [do que em outras Copas do Mundo]. Ainda podemos ver uma Copa do Mundo incrível porque os jogadores estão deixando tudo, e alguns países podem jogar um futebol milagroso, mas o quadro aumenta a probabilidade de lesões e de desempenho limitado pela fadiga. Isso é o que a ciência diz", completa Baer-Hoffmann.

Segundo Darren Burgess, consultor da FIFPro e ex-diretor de alto desempenho do Arsenal, a Copa terá um número maior de ausências devido ao tempo insuficiente para a recuperação de algumas lesões.

"O número de lesões nos tecidos moles que afastaram os jogadores desta Copa do Mundo é definitivamente maior porque você simplesmente não tem tempo. Antes, se alguém machucasse o tendão no último jogo da temporada da Premier League, você ainda tinha 35 dias para restaurar esta lesão antes da estreia na Copa do Mundo. Simplesmente não tem isso agora", explica, referindo-se principalmente às lesões musculares.

"Adicione o calor e você terá um risco extra. O calor do Catar é algo a que muitas equipes não foram expostas e não estão acostumadas", avalia Burgess.

Foi justamente o calor que fez a Fifa adiar a Copa do Mundo em cinco meses, excepcionalmente neste ano. O torneio que normalmente começaria em junho desta vez tem abertura marcada para o domingo que vem (20), quando o Qatar enfrenta o Equador pelo grupo A.