Topo

Atlético-MG

Eleição do conselho do Atlético-MG tem suspeita de fraude e caso pode afetar a SAF

Conselho Deliberativo do Atlético-MG se reúne para votar contas em clube social - Bruno Cantini/Atlético-MG
Conselho Deliberativo do Atlético-MG se reúne para votar contas em clube social Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

17/11/2022 11h07

O Atlético-MG tem visto agitações nos bastidos de seu conselho deliberativo. Há suspeita de fraude na eleição dos 150 nomes para o órgão, votação que ocorreu em agosto. Caso haja comprovação da fraude, as decisões do conselho de lá para cá podem ser anuladas, o que pode afetar o processo de transformação do clube em SAF e outras pautas.

A denúncia foi feita por Cláudio Utsch, ex-presidente do Conselho de Ética do Atlético levanta a suspeita de que alguns conselheiros eleitos não apresentavam o requisito obrigatório de dois anos como associados do clube. Dessa forma, as eleições deveriam ser anuladas.

O Conselho Deliberativo do Atlético ainda não se manifestou sobre as suspeitas levantadas por Utsch. Entretanto, é esperado que o clube realize um pronunciamento oficial sobre o caso.

Há uma reunião do conselho do Atlético marcada para a próxima segunda-feira (21) para discussões sobre a SAF, Arena MRV e uma conversa sobre uma possível mudança de nome do futuro estádio do clube, batizado de Elias Kalil, pai do ex-presidente do time, Alexandre Kalil.

Para concluir o processo de transformação para SAF, o Atlético precisa de autorização de seu Conselho Deliberativo. Entretanto, com os novos problemas, pode ser que o processo seja afetado até que a situação com o conselho seja regularizada.

Horas depois da denúncia, o Atlético-MG publicou nota oficial em que a reunião que elegeu os conselheiros "transcorreu dentro da mais absoluta legalidade" e que "todo esse blá-blá-blá" da oposição seria "uma cortina de fumaça" para esconder a mudança de nome do futuro estádio atleticano.

Confira a nota oficial na íntegra:

Em face das reportagens veiculadas na imprensa na noite de ontem (16/11), o Conselho Deliberativo do Galo esclarece que:

1 - A Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 8 de agosto do corrente ano, que elegeu a chapa única Galo Triplete para as 150 vagas de conselheiros eleitos e 75 vagas de conselheiros suplentes, transcorreu dentro da mais absoluta legalidade e lisura, obedecendo ao mesmo "modus operandi" das últimas eleições deste Conselho;

2 - Os procedimentos nela adotados foram rigorosamente iguais aos das últimas Assembleias Gerais ocorridas com a mesma finalidade, inclusive na que aconteceu durante a gestão do conselheiro Rodolfo Gropen como presidente do Conselho, período em que o conselheiro Lásaro Cândido ocupava o cargo de vice-presidente executivo do Clube. Aliás, importante deixar claro que o mesmo fato que Rodolfo Gropen contesta ocorreu em sua própria eleição para conselheiro. Ele foi nomeado conselheiro do Clube em agosto de 2010, mas se tornou efetivamente sócio da Vila Olímpica somente em abril de 2009 - data em que iniciou os pagamentos - portanto menos de dois anos depois de sua integração ao quadro social. Da mesma forma, Lásaro Cândido foi eleito conselheiro na mesma data e iniciou os pagamentos do clube social em junho de 2009. Dessarte, ambos querem, agora, se beneficiar de suas próprias torpezas!

3 - A carta contida nas referidas reportagens, assinada pelos conselheiros supracitados, causa-nos enorme estranhamento. Até porque, caso algum procedimento não tivesse ocorrido dentro das normas e da tradição, a chapa deveria ser impugnada dentro do prazo legal, conforme rege o Estatuto do Clube, o que não ocorreu. Mais: se tivesse havido eventual desacerto, era obrigação do presidente do Conselho de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo, cargo ocupado à época do pleito pelo conselheiro Cláudio Utsch, reagir de imediato contra supostas violações, o que não aconteceu;

4 - A Massa Atleticana precisa saber que todo esse "blá-blá-blá" nada mais é do que uma tentativa de jogar uma "cortina de fumaça" sobre a eminente mudança de nome da Arena MRV, decisão essa, sim, aprovada de forma obscura, em votação na calada da noite, nos instantes finais de uma reunião do Conselho que sequer tinha o referido assunto em pauta;

5 - Não tendo argumentos para contestar a decisão deste Conselho de levar à votação a mudança de nome da nossa nova casa, o que se tenta é um despiste das reais intenções, a fim de confundir a sociedade e a Massa Atleticana, com atitudes oportunistas e acusações levianas, típicas de quem coloca interesses pessoais acima dos coletivos;

6 - Por óbvio, a possibilidade de alteração do nome do estádio não configura desrespeito à história de Elias Kalil. Ao contrário. Dar o seu nome a um estádio no qual não teve qualquer participação ou influência não faz justiça à sua obra no Clube. A propósito, o que se pretende não é impor nenhum nome, mas democratizar tal escolha, oportunizando aos conselheiros decidir de maneira transparente e oportuna sobre tema de tamanha relevância e simbolismo;

7 - Por fim, reiteramos que está mantida a Reunião Extraordinária deste Conselho Deliberativo, a ser realizada no dia 21 de novembro, bem como todas as pautas contidas no Edital de Convocação.

Conselho Deliberativo do Clube Atlético Mineiro

Atlético-MG