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Barulho de mesquita e covid-19: os desafios do Japão antes de estreia

Recheada de problemas, seleção precisou cancelar um dos treinamentos no Qatar - Christopher Lee/Getty Images
Recheada de problemas, seleção precisou cancelar um dos treinamentos no Qatar Imagem: Christopher Lee/Getty Images

22/11/2022 15h21

Classificação e Jogos

Com o seu Japão em um grupo com Alemanha, Espanha e Costa Rica, o técnico Hajime Moriyasu apostava em um disciplinado programa de treinamentos no Qatar para conseguir cumprir o objetivo pessoal de levar os asiáticos às quartas de final da Copa do Mundo. Só que as coisas não saíram como ele esperava...

Sim, por um lado os 'samurais azuis', como os japoneses chamam sua seleção de futebol, atenderam parte do cronograma planejado. A equipe desembarcou no vizinho de Oriente Médio com sete atletas contundidos. Em um trabalho de fazer inveja a muito time brasileiro, absolutamente todos estão liberados para a estreia ante os alemães, às 10h (de Brasília) desta quarta-feira (23).

O atacante Junya Ito, do Reims, da França, última dúvida nipônica, treinou sem limitações nas atividades desta terça-feira (22) e deve ir para o jogo sem nenhum efeito na panturrilha direita.

Até aí, tudo bem. Mas as coisas começaram a se complicar. A começar pelo campo de treinamento. Moriyasu determinou um calendário com três períodos de treinamentos. Foi obrigado a cortar as atividades planejadas para a manhã por conta do estádio ser vizinho de uma mesquita e a cantoria invadir o campo de jogo, impossibilitando que as instruções fossem dadas aos jogadores.

Já seria motivo o suficiente para os metódicos japoneses perderem a paciência. Mas tem mais. Como parte do programa de expansão do futebol no país, a Federação Japonesa iria bancar a viagem de parte de sua seleção sub-19 para realizar treinamentos com os adultos e acompanhar a rotina de um Mundial. Mas os dez atletas selecionados foram diagnosticados com covid-19 após uma série de atividades na Espanha e tiveram sua entrada em Doha vetada.

Nada que tire o otimismo dos samurais, segundo o presidente da Federação Japonesa, Kozo Tashima, que estipulou planos de chegar pelo menos à final do Mundial até 2050.

"Os jogadores estão realmente pensando: 'Vamos mostrar nosso futebol', 'mirar no topo' e 'novo cenário'. Se queremos ganhar a Copa do Mundo no futuro, temos que lutar contra times como estes (Alemanha e Espanha). Se acontecer, será um grande passo para o futebol japonês e ficará para a história".