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OPINIÃO: É impossível ignorar Vini Jr., mas Tite precisa ter equilíbrio na escalação da Seleção

22/11/2022 15h10


Vini Jr. será, merecidamente, titular da Seleção Brasileira na estreia da Copa do Mundo contra a Sérvia, às 16h (de Brasília) desta quinta-feira, no Estádio Lusail. É impossível ignorar o momento do atacante no Real Madrid-ESP e um talento deste tamanho não se encontra em qualquer lugar.

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O problema é o entorno. Para colocar a cria do Flamengo, Tite vai tirar Fred do time titular, como já havia indicado nos treinos. Assim, Lucas Paquetá jogará como segundo volante, formando a linha de meio com Casemiro. À frente, Richarlison, Neymar, Raphinha e Vini Jr.

Essa será a formação mais ofensiva que o treinador já colocou no ciclo. Antes, Tite havia testado apenas um esquema parecido no amistoso contra Gana, em setembro, e em momentos específicos de alguns jogos, mas nunca no começo de um jogo tão importante.

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O treinador sempre fala em equilíbrio, o que vai entrar em pauta com um time tão ofensivo. O momento de Vini Jr. não pode ser ignorado e ele merece a vaga no onze inicial - essa não é a discussão. Como o Brasil vai se comportar na defesa? A Sérvia é um dos times mais perigosos do grupo - deixou Portugal para trás nas Eliminatórias - e tem dois atacantes perigosos.

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As Eliminatórias provaram que a Seleção Brasileira possui muita solidez defensiva, mas Fred sempre foi um ponto importante para tal. Lucas Paquetá desarma, corre e briga, mas não oferece o mesmo que o volante do Manchester United-ING na cobertura de espaços sem bola.

Vini Jr. é o camisa 20 da Seleção (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

O pró é que o Brasil, inevitavelmente, será a equipe mais perigosa da Copa do Mundo. Nenhuma seleção chega perto de ter um ataque com a criatividade de Raphinha, Neymar, Vini Jr. e Richarlison - e ainda com Gabriel Jesus, Martinelli e companhia no banco.

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É movimento e escolha ousada de Tite - e que vai de encontro com uma "pressão popular" que pedia a entrada de Vini Jr. como titular. Analisando o ciclo como um todo, porém, o treinador nunca abriu mão do equilíbrio de defesa, meio e ataque assim.

É oito ou oitenta. Não tem outra alternativa. É ser lembrado como o herói que relembrou os tempos de glória com um esquema muito ofensivo ou ser o vilão que abriu mão de um esquema que deu os melhores resultados da história da Seleção nas Eliminatórias. Apenas o tempo dirá.