Copa do Mundo: braçadeira volta a ser tema após estreias de Dinamarca e França, e técnico se emociona
As manifestações em apoio aos direitos humanos e as violações do Qatar têm sido temas recorrentes nas entrevistas e dia a dia das seleções da Dinamarca e da França, que estrearam no Grupo D da Copa do Mundo nesta terça. Após a vitória dos Bleus sobre a Austrália, o presidente da federação francesa mostrou apoio à decisão da Fifa, que vetou o uso da braçadeira 'One Love', com as cores do arco-íris em apoio à causa LGBTQIA+.
- Nós seguimos as orientações da Fifa. São 32 seleções na Copa do Mundo, de diferentes continentes, culturas, religiões e problemas. Achei muito bom a Fifa ter tomado a decisão de todos usarem a mesma braçadeira. Na Copa, seguimos a posição da Fifa. Na Euro, da UEFA. Na França, a posição da federação prevalece - afirmou Noël Le Graët ao "L'Equipe".
Inicialmente, Hugo Lloris iria vestir a braçadeira 'One Love', mas, com a Fifa determinando que, quem entrasse em campo com ela, seria advertido com cartão amarelo, o capitão da França voltou atrás. De toda forma, os jogadores e comissão técnica dos Bleus se manifestaram, antes do Mundial, em apoio à causa LGBTQIA+ e firmaram o compromisso de apoiar ONGs que trabalham na proteção dos direitos humanos através de um fundo.
Kasper Hjulmand tem defendido o apoio à causa (Foto: Natalia Kolesnikova/AFP)
Também no Grupo D do Mundial, a seleção da Dinamarca é uma das mais ativas na defesa dos direitos humanos. Após o empate sem gols com a Tunísia, o técnico Kasper Hjulmand falou sobre o tema, chegando até a se emocionar em meio às respostas.
- Como ser humano, isso me afeta, tanto que passo muito tempo todos os dias tentando descobrir como lidar com isso. Há tantas coisas que quero dizer e fazer. Estou tentando seguir um velho ditado: você precisa de paz de espírito para descobrir o que pode mudar. Você precisa de coragem para mudar o que pode mudar. E você precisa de sabedoria para descobrir qual é a diferença. Isso é algo com o qual estou lutando - contou o técnico na coletiva de imprensa.
- Fomos ameaçados com algo em termos de jogo. Não sabemos o que isso implica. Se eles tivessem dito que era uma multa, não teria sido um problema. Não foi projetado para isso. É sobre diversidade e sobre defender as diferenças. para as cores do arco-íris, para todas as pessoas de todas as formas. Não pode ser uma declaração política. Simplesmente não pode - completou o técnico da seleção da Dinamarca, nesta terça.
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