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Depois de protestar por inclusão, Alemanha enaltece primeira arbitragem feminina em Copas

01/12/2022 06h00


Depois de fazer barulho no Qatar ao se posicionar em favor dos direitos LGBT, seja protestando pelo uso da braçadeira de capitão 'one love', seja pelo gesto simbólico de tapar a boca antes da estreia contra o Japão, a Alemanha manifestou apoio à escolha da francesa Stephanie Frappart por parte da Fifa para apitar o seu jogo contra a Costa Rica, às 16h (de Brasília) desta quinta-feira (1). O duelo, que define o futuro germânico, será o primeiro a ter uma mulher como árbitra principal na história das Copas do Mundo.

- A nomeação não terá qualquer efeito no jogo. Ela já arbitrou na Liga dos Campeões e merece arbitrar o jogo. Desejo para ela tudo de bom para isso. Não foi um problema para nossa equipe - destacou o lateral-direito Lukas Klostermann.

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Para o jogador alemão, não há motivos para se estranhar o fato.

- Essa é a coisa mais normal do mundo. Para falar a verdade, eu nunca prestei atenção em toda a minha carreira se era um homem ou uma mulher apitando. Torcemos para que haja outras e e continue normal - completou o possível titular alemão para o jogo ante a Costa Rica.

Também questionado sobre o assunto, o técnico Hansi Flick seguiu o pupilo e foi na linha dos elogios à francesa.

- Confio 100% na árbitra. Ela merece estar aqui. Temos muita vontade, e espero que ela também tenha (risos). Estou certo que se sairá muito bem.

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RESPEITADA NA EUROPA, FRAPPART QUEBROU BARREIRAS NO VELHO CONTINENTE

O nome de Stéphanie Frappart vem sempre acompanhado da palavra "pioneira". A francesa de 38 anos abriu todas as portas possíveis para as mulheres na arbitragem de futebol quando estará no jogo entre Costa Rica e Alemanha, atingirá o mais alto degrau.

Ela será a primeira apitará a partida, liderando uma equipe integralmente feminina, completada pela brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Díaz Medina, que serão auxiliares.

A árbitra, nascida na região central da França e que desde muito nova já deixava muito clara a vocação, esperou 11 dias desde o pontapé inicial do Mundial para, enfim, escrever mais uma vez o nome na história do futebol, no estádio Al Bayt.

Até aqui, nesta Copa, Frappart havia trabalhado duas vezes como quarta árbitra, nos jogos entre México e Polônia, e Portugal e Gana.

Agora, ela terá a responsabilidade de apitar um duelo cheio de importância, em que Alemanha e Costa Rica definirão os destinos na fase de grupos.

A missão não assusta a francesa, que já se acostumou a atuar em jogos tensos e de estar no centro das atenções por ser uma mulher trabalhando no futebol masculino, algo que ela mesmo prefere deixar em segundo plano.

Em maio deste ano, Frappart se tornou a primeira árbitra de uma final da Copa da França, em duelo entre Nantes e Nice, que foi decidido por um pênalti marcado a favor do time amarelo e verde, que ficou com a taça.

Três anos depois, em abril de 2019, ela aberto o caminho para mulheres apitarem jogos no Campeonato Francês, o que nunca tinha acontecido, ao ser escalada para o duelo entre Amiens e Strasbourg.

Ainda em agosto do ano em que estreou na elite do país em que nasceu, Frappart foi escolhida para ser a árbitra da Supercopa da Europa, disputada por Liverpool e Chelsea.

Dias mais tarde, ela deu o apito inicial para um jogo da Liga das Nações de seleções, entre Malta e Letônia. Na ocasião, a francesa se tornou a primeira mulher em jogo de seleções masculinas.

Três meses mais tarde, ela estreou na Liga dos Campeões, em jogo entre Juventus e Dínamo de Kiev.

No ano passado, Frappart foi uma das escaladas para a Eurocopa, no entanto, acabou sendo escalada apenas como quarta árbitra.

A francesa já sabe o que é apitar em uma Copa do Mundo, já que, em 2019, atuou na competição feminina, sendo a árbitra da final, em que os Estados Unidos venceram a Holanda por 2 a 0.

A porta que ela abriu também pode servir de passagem para ouras duas profissionais escaladas para o torneio que está acontecendo no Qatar, a japonesa Yamashita Yoshimi e a ruandesa Salima Mukansanga.

Se as duas são menos cotadas para figurarem como árbitras principais em jogos desta Copa, Frappart tem chances de reaparecer a partir das oitavas de final, o que tornaria seu ineditismo ainda maior nesta edição.

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