Um ano de Bahia x Atlético-MG: relembre o jogo do título brasileiro do Galo
O dia 2 de dezembro de 2021 é um dos mais importantes da história do Galo. Ali, todo o acúmulo de frustrações, angústias e espera era expurgado em uma vitória que, de maneira simbólica, não poderia ter sido conquistada de maneira fácil. Mas, mesmo com pinta de que esse triunfo nunca chegaria, ele chegou, e expulsou com si vários demônios do Clube Atlético Mineiro.
O Galo dependia só de si contra o Bahia na Arena Fonte Nova para quebrar o jejum de 50 anos sem um título brasileiro. Na reta final do torneio, o adversário, na zona de rebaixamento, também precisava desesperadamente da vitória.
Como esperado, o Atlético se lançou ao ataque desde o início do confronto. Diversas foram as chances para abrir o placar na primeira etapa da partida: aos quatro minutos, Keno obrigou Danilo Fernandes a fazer a primeira boa defesa com chute de fora da área; aos 17, Nacho Fernández também foi barrado em grande defesa do goleiro do tricolor, assim como aos 39 minutos, que o meia argentino perdeu outra disputa com o arqueiro do Bahia.
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Se o Galo dominou o primeiro tempo, a falta de converter ao menos um gol cobra, e muito, em jogos decisivos. O Bahia também lutava pela vida, e não se acovardou na segunda etapa. A trocação foi franca, com Keno e Hulk liderando o ataque do Atlético, enquanto Gilberto e Raí Nascimento guiavam o ímpeto dos tricolores.
E se quem não faz, toma, o Galo tomou logo dois entre os minutos 16 e 20 da segunda etapa. Luiz Otávio e Gilberto conferiram um suspiro de alívio à torcida baiana, que se aproximava de garantir a permanência na Série A com a vitória sobre o líder do campeonato naquela 32ª rodada adiada.
Time do Bahia comemora gol que o aproximava da permanência na Série A - Felipe Oliveira / EC Bahia
Por certo, aquela sensação não era de toda estranha para a torcida do Atlético-MG. "Claro que não seria fácil", "vai ser na última rodada", era algumas das exclamações proferidas por atleticanos naquele momento.
É preciso ter em mente: 50 anos de angústias, somadas à títulos com aquele ar "impossível" criaram uma torcida calejada, que já não se impressionava nem mais com a pior das decepções. O Galo poderia estar a dois passos de ser campeão, a desconfiança ainda faria parte dos atleticanos. O que os torcedores não sabiam é que essa aflição seria expurgada minutos depois do gol de Gilberto.
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- 25 minutos do segundo tempo. Sasha sofre pênalti após passe de Nathan, Hulk cobra e diminui: 2 a 1.
- 28 minutos do segundo tempo. Mariano vira o jogo para Keno, que limpa a marcação e joga na gaveta: 2 a 2.
- 31 minutos do segundo tempo. Keno recebe de Nathan fora da área, domina de esquerda e joga de direita no canto direito de Danilo Fernandes: 3 a 2 para o Atlético-MG.
Keno comemora gol da virada contra o Bahia - Pedro Souza / Atlético
O terceiro gol do Atlético-MG parecia um exorcismo para a torcida. Aos 31 para 32 minutos do segundo tempo, o Galo era matematicamente campeão do Campeonato Brasileiro, e só precisava segurar esse resultado por mais alguns momentos.
Quando Flávio Rodrigues de Souza apitou pela última vez na partida, foram-se esquecidas as dores acumuladas nos últimos 50 anos pela massa alvinegra, mesmo que por um momento. A partir dali, o dia 2 de dezembro foi eternizado na história do Galo.
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