'Pelé casou as paixões do futebol e da arte': doutor em teledramaturgia fala do alcance midiático do 'Rei'
A maneira como Pelé transcendeu os gramados e chegou a um alcance midiático foi destacada por Mauro Alencar. Ao falar sobre o "Rei", que morreu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos, o doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana pela USP exaltou como a arte e o futebol caminharam juntos na sua vida.
- Pelé foi um pioneiro em tudo, inclusive em internacionalizar o futebol. Ele desde cedo teve a preocupação de levar o futebol e a arte para o mundo - afirmou ao LANCE!.
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Mauro Alencar recordou-se como surgiu o convite para o "Rei" protagonizar a novela "Os Estranhos", na TV Excelsior.
- Pelé estava no auge como jogador do Santos e da Seleção e queria participar da vida artística. O (ator) Carlos Zara sabia disso e contou para o Edson Leite, que era diretor da Excelsior. O Edson foi um grande locutor de futebol e trouxe a telenovela diária para o Brasil, e ele viu nisso uma oportunidade de contribuir para o entretenimento para a emissora. O nome foi sugerido para Ivani Ribeiro. E ela queria falar sobre corrida espacial, que estava em evidência na época, falar sobre seres extraterrestres... - disse.
Pelé contracenou com Rosamaria Murtinho e Regina Duarte em 'Os Estranhos' (Foto: Reprodução / TV Excelsior)
O "Rei" interpretou Plínio Pompeu, um jornalista e escritor que vivia em uma ilha na qual desembarcavam seres do planeta Gama Y-12, no qual "reinava a paz absoluta". Os extraterrestres estavam na Terra para ajudar a resolver os problemas dos humanos.
- A TV Excelsior fazia altos investimentos, era uma grande produtora. Chama atenção para quem contracenou com ele a garra e a determinação ao atuar. E nessa novela, Pelé começa a ficar com sua imagem maior. Não dá para imaginar o impacto de vê-lo numa ilha ou dentro de uma espaçonave ao entrar em contato com extraterrestres - afirmou Mauro Alencar.
Pelé ainda fez participações em outras novelas, como "O Salvador da Pátria", "História de Amor", "O Clone", como ele mesmo. Além disto, participou de programas humorísticos e fez comerciais.
- Esta exposição do Pelé foi fundamental. Ele inventou esse desejo de casar as paixões do futebol com a arte e incentivava bem ambos os eventos - declarou o autor do livro "A Hollywood Brasileira".
Mauro Alencar contracenou com Pelé em um comercial da Perdigão na década de 1990. O pesquisador contou como foi o convívio nos bastidores.
- Aprendi muito com sua preocupação, sua seriedade ao apresentar o futebol e a arte do Brasil para o mundo. Pelé sempre ficou por muito tempo voltado para a carreira artística, sabia da importância da sua imagem - disse
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