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Pelé e Garrincha: uma parceria capaz de emocionar o mundo

30/12/2022 12h12


A parceria entre Pelé e Garrincha foi uma página à parte da história do futebol brasileiro. Com a dupla, a Seleção Brasileira jamais saiu de campo derrotada e demonstrou um entrosamento impressionante. A comoção em torno da morte de Pelé, na quinta-feira passada (29) aos 82 anos, trouxe recordações desta união.

Em jogos oficiais, o Brasil entrou em campo 30 vezes. Venceu 26 partidas e empatou outras quatro. Ainda venceu outros dez jogos não-oficiais, contra clubes ou combinados. A primeira partida foi o amistoso em 18 de maio de 1958, com uma vitória por 3 a 1 sobre a Bulgária. O "Rei" marcou duas vezes e Pepe completou o placar.

Depois, Pelé e Mané foram longe e encheram os olhos do mundo os títulos da Copa de 1958 e 1962. O último ato da dupla, curiosamente, foi outra vez diante dos búlgaros.

Ao lado de uma nova geração, o "Rei" e o camisa 7 marcaram os gols da vitória por 2 a 0 na estreia da Seleção no Mundial de 1966.

Além disto, foram rivais em históricos confrontos entre Santos e Botafogo. O mais marcante aconteceu em agosto de 1963. Na semifinal da Copa Libertadores, os dois esquadrões mediram forças.

No jogo de ida, em 22 de agosto, Jairzinho marcou o gol do Glorioso, enquanto Pelé igualou no Pacaembu. Porém, o Maracanã assistiu a um show do "Rei" no dia 28. O camisa 10 santista marcou três vezes e definiu a goleada por 4 a 0 em um dos gramados nos quais sentiu-se mais à vontade (Lima completou o placar).

+ A Majestade: uma crônica sobre o 'Rei'

No Twitter, o Botafogo divulgou trechos de uma entrevista que Garrincha concedeu ao programa "Vox Populi", da TV Cultura, no ano de 1978, para recordar sua parceria com Pelé.

"O Anjo, ao falar do Rei, com o sorriso mais sincero do mundo. Alegria que preencheu milhões de corações apaixonados pela bola e seguirá como marca do futebol brasileiro pela eternidade. Obrigado por tudo, Rei Pelé!".

Na entrevista, Mané falou sobre a parceria que fez em campo:

- Pelé é outro gênio, diferente. Pelé é o homem-gol. Eu sempre fui o homem que preparava a jogada. Dele eu não tenho nada que falar. Para mim, ele é um amigo, é o "Rei do Futebol" e tudo bem, eu fico no segundo plano - disse.

Em outro trecho, Garrincha falou sobre a Copa de 1962.

- Dizem que em 1970, encarnei no Jairzinho e ele fez aquela miséria. Foi o contrário. O Pelé que encarnou em mim. Eu ia para o meio, fazia gol de cabeça. Tudo dava certo, fiz gol de cabeça, de perna esquerda. Acho que Pelé que estava em mim. Foi uma necessidade e tive de ir mesmo. Eu fui, fiz tudo certinho, o Brasil foi feliz e estamos hoje aí com o tricampeonato - afirmou.