Retrospectiva L!: Vasco viveu 2022 numa montanha russa de emoções
Em 2022, o Vasco viveu uma montanha russa de emoções. O time abriu larga vantagem na tabela da Série B do Campeonato Brasileiro, trocou de técnico várias vezes, teve o futebol do clube transformado em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e viu a gordura na classificação acabar e colocar o acesso em risco. No final, a vaga no Brasileirão foi garantida e, hoje, o clube está agitado como nunca no mercado da bola. Confira a retrospectiva feita pelo LANCE!.
+ Quem chega e quem sai do Vasco? Confira no "Mercado da Bola", a plataforma sobre as negociações
REFORÇOS
Com a permanência na Série B do Campeonato Brasileiro o Vasco passou por uma reformulação geral. A começar pelo departamento de futebol. Carlos Brazil assumiu o comando como gerente geral de futebol e foi o grande responsável pela montagem do elenco que conquistou o acesso. No início do ano chegaram mais de 10 jogadores. Dentre eles nomes que fizeram parte da espinha dorsal do time como Thiago Rodrigues, Anderson Conceição, Edimar e Yuri Lara.
CAMPEONATO CARIOCA
O estadual foi um laboratório para testar o time visando a Série B do Campeonato Brasileiro. Além disso, era a única competição com clássicos. E o Vasco sequer venceu um. Ao final, se classificou em terceiro lugar para as finais da competição. Nas semifinais foi eliminado ao perder os dois jogos para o Flamengo.
SAF
Em meio a disputa do Cariocão, o presidente Jorge Salgado assinou um memorando de entendimentos da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) com 777 Partners. A empresa estadunidense investiria R$ 700 milhões em troca de 70% do futebol nos próximos três anos.
Em março, os donos da companhia norte-americana viajaram até o Brasil para fazer uma primeira visita. Na época, foi justamente no último jogo do Cruz-Maltino no Campeonato Carioca, no qual foi eliminado perdendo por 1 a 0 para o Flamengo.
Nos dias que antecederam a decisão, o dono da 777 Partners, Josh Wander, deu uma declaração polêmica que aquela seria "a última vez na história que o Vasco entra em campo em desvantagem financeira" contra o Rubro-Negro.
Primeira aparição de Josh Wander, dono da 777 Partners, com a camisa do Vasco (Divulgação Twitter)
COPA DO BRASIL
O Vasco foi eliminado precocemente na Copa do Brasil. Logo na segunda rodada do torneio, empatou em 1 a 1 com a Juazeirense. A disputa foi para os pênaltis e a equipe de Juazeiro saiu vitoriosa por 4 a 2.
COMEÇO DA SÉRIE B
Quando começou o Campeonato Brasileiro, o Vasco emplacou uma boa sequência de invencibilidade. O chamado "ugglyball" era a tônica do time de Zé Ricardo, que conseguia o mais importante dentro da competição: pontuar custe o que custar.
No meio do caminho, o treinador pediu o boné, em razão da iminência da venda do futebol do clube à 777. Com isso, Maurício Souza assumiu o comando.
PRIMERIA AGE
Fora das quatro linhas, o Cruz-Maltino fazia marcos históricos, como por exemplo, a alteração do estatuto social, permitindo a inclusão da SAF. Vale destacar que grande maioria dos associados optou pela aprovação.
Sócios do Vasco aprovaram inclusão da SAF no estatuto(Foto: Matheus Guimarães/LANCE!)
PERDA DA INVENCIBILIDADE E QUEDA DO TREINADOR
Sob o comando de Maurício Souza, o Vasco teve o seu pior rendimento na Série B. Inclusive, perdeu a invencibilidade de 14 partidas. A partir disso, viu o rendimento do time começou a declinar.
Na derrota por 1 a 0 sobre o Vila Nova, fora de casa, foi a gota d'água. Maurício foi demitido e Emílio Faro assumiu como interino.
ALEX TEIXEIRA
O bom filho a casa torna. A cria de São Januário retornou com status de uma principais estrelas do time. No entanto, o desempenho em campo não correspondeu as expectativas. Com exceção aos dois gols na virada contra o Operário, em Ponta Grossa.
Alex Teixeira foi apresentado, em São Januário, com direito a queima de fogos (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)
GUERRA NO JUDICIÁRIO E APROVAÇÃO DA VENDA DA SAF
Demoraram alguns dias para a proposta vinculante da 777 Partners chegar. Quando chegou foi analisada e, diante disso, a política do clube entrou em atrito. Por outro lado, era público e notório que a maioria esmagadora dos torcedores e sócios queriam a venda dos 70% à empresa norte-americana.
Nos bastidores, agentes políticos movimentaram o Judiciário tentando impedir a votação da venda do futebol vascaíno em Assembleia Geral Extradordinária (AGE). Todas as tentativas foram em vão e a transação foi aprovada.
Josh Wander assistiu a vitória do Vasco sobre o Guarani(Foto: Daniel Ramalho/Vasco)
CARAS NOVAS
Além de Alex Teixeira, reforços pontuais, como Fábio Gomes, Matheus Ribeiro, Bruno Tubarão, Paulo Victor foram contratados para o restante da Série B. Além disso, Paulo Bracks se tornou diretor executivo de futebol do Vasco. Vale destacar que nenhum destes jogadores se destacaram ou foram protagonistas.
REFORÇOS CASEIROS
A perna começou a pesar para os veteranos e os jovens passaram a ser a solução caseira. Foi assim que despontaram Andrey Santos, Marlon Gomes, Figueiredo e Eguinaldo. Na reta final da competição, Gabriel Pec também se destacou.
DESEMPENHO FORA DE CASA
Os jogos fora de casa eram o calcanhar de Aquiles do Vasco. A solidez defensiva implementada por Zé Ricardo não existia mais. Ao todo, o time emplacou uma sequência negativa de oito derrotas seguidas como visitante. E isto foi um fator que colocou o acesso em risco.
CHEGADA DE JORGINHO
O Gigante da Colina só pontuava em São Januário e, por muito pouco, não terminou o Campeonato Brasileiro invicto em casa. No entanto, as fracas atuações contra times que precisava somar pontos fora de casa, fizeram com que Emílio Faro perdesse o posto de treinador. Assim, Jorginho assumiu o cargo.
Jorginho comandou o Vasco no final da Série B e conquistou o acesso (Foto: Daniel Ramalho/VASCO)
RETA FINAL
A tarefa de recuperar a confiança foi árdua e os atletas não se abateram. A frase mais dita nos corredores de São Januário era "foco total no acesso". Paulo Bracks afirmava que a subida para a Série A tinha que ser uma obcessão. O famoso "bicho" foi prometido. Esforços não foram medidos para o Vasco voltar à elite do futebol nacional.
Ainda assim, o Cruz-Maltino perdeu pontos preciosos, que não fizeram falta no final. Mas, sem sombra de dúvidas, a missão poderia ter sido mais tranquila.
BATALHA NA ILHA DO RETIRO
O Sport, que era dado como certo que não ia subir, acabou colando no retrovisor do Vasco. Com isso, o jogo na Ilha do Retiro teve tons dramáticos. Isso porque o Rubro-Negro abriu o placar no segundo tempo e ganhava a partida até os últimos minutos.
Após um chute de Gabriel Pec, o goleiro do Leão da Ilha falhou. A bola sobrou nos pés de Alex Teixeira, que sofreu um pênalti. Na cobrança, Raniel converteu, comemorou na frente da torcida rival e, logo em seguida, começou uma confusão generalizada. Depois de um longo tempo de espera, o árbitro Raphael Claus encerrou a partida, que virou alvo de mais uma batalha judicial.
Raniel marcou de pênalti e empatou o confronto contra o Sport na Ilha do Retiro (Daniel Ramalho/Vasco)
TIME DA VIRADA
O Vasco foi engolido pelo Criciúma, em São Januário, e sofreu um gol no final do primeiro tempo. Em momento algum na partida esboçou uma reação de que merecia vencer.
Contudo, Nenê empatou a partida na metade da etapa final. A partir daí, o duelo ficou lá e cá. No final, após um cruzamento de Gabriel Pec, Fábio Gomes testou a bola e virou a partida. Menção honrosa também para o goleiro Thiago Rodrigues, que foi um dos que brilharam e garantiu o resultado.
ACESSO ANTECIPADO?
A imensa torcida queria voltar a ser bem feliz dentro de casa. Com a vitória sobre o Tigre, o Cruz-Maltino poderia ter garantido contra o Sampaio Corrêa. No entanto, a equipe do Maranhão colocou água no chopp dos vascaínos e venceu por 3 a 2, com um gol no último minuto da partida. O acesso ficou para a última rodada.
Vascaínos ficaram aflitos após a derrota para o Sampaio Corrêa na penúltima rodada (Matheus Guimarães/LANCE!)
BATALHA DE ITU
O silêncio predominou durante uma semana no Vasco. O foco era única e exclusivamente no acesso. Foi a semana mais tensa do time de São Januário.
Quando a bola rolou, nos primeiros minutos o Ituano fez um pênalti e teve um jogador expulso. Nenê converteu para o delírio de milhões de vascaínos em todo o Brasil. Só que tinha que ser sofrido. O Galo de Itu precisava da vitória para tomar a vaga do Gigante no G4. Mesmo com um a menos, o time veio para cima sem medo. Enquanto o Cruz-Maltino pensava em uma só coisa: se defender e não sofrer gols.
Com essa proposta, o duelo dramático foi se arrastando até o final. Thiago Rodrigues operou milagres. Wilton Pereira Sampaio apitou o final da partida. O Vasco voltou.
NOVA ERA
Com o acesso garantido, Paulo Bracks viajou para a Europa, onde participou de palestras e se reuniu com os representantes da 777 Football Group. Por lá traçou os objetivos do Vasco para a próxima temporada e, também, o orçamento de 2023.
No retorno do diretor executivo de futebol, Maurício Barbieri e Abel Braga foram anunciados para os cargos de técnico e diretor técnico respectivamente. Além disso, o time de uma "Nova Era" começa a tomar forma. Pedro Raul, De Lucca e Léo foram anunciados oficialmente e já treinam pelo clube. Por outro lado, Luca Orellano e Lucas Piton são aguardados no Rio de Janeiro.
Paulo Bracks é o homem forte que está a frente do futebol do Vasco (Foto: Daniel RAMALHO/VASCO)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.