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Jornal: Gerente diz ter visto vítima chorando após agressão de Dani Alves

Daniel Alves está preso na Espanha desde sexta-feira - Jean Catuffe/Getty Images
Daniel Alves está preso na Espanha desde sexta-feira Imagem: Jean Catuffe/Getty Images

26/01/2023 10h21

Robert Massanet, gerente da boate espanhola Sutton, afirmou em depoimento que viu a suposta vítima de estupro chorando antes de sair da festa. Segundo o relato, Daniel Alves deixava a casa noturna quando passou pelo responsável do estabelecimento, que tentava confortar a jovem de 23 anos.

As informações sobre o depoimento foram obtidas através do jornal espanhol "La Vanguardia". De acordo com a publicação, após passar 16 minutos presa no banheiro da boate com o lateral-direito, a suposta vítima de agressão sexual chamou imediatamente a prima para sair da boate. Uma amiga das duas que também estava no local já havia deixado o estabelecimento por conta do brasileiro.

Ao saírem do local, as duas esbarraram com um segurança da casa, que estranhou encontrar uma delas aos prantos. Segundo o depoimento, a jovem desabou ao contar o suposto crime de Daniel Alves. Logo em seguida, a boate entrou com o protocolo a ser aplicado em casos de violência contra mulheres.

A jovem então foi levada pelos funcionários a uma ala reservada da boate para relatar o que havia acontecido. Neste momento, o brasileiro teria passado por eles de saída da casa noturna. Robert Massagnet afirmou que tentou consolar a mulher.

"Não tive conforto. Mas perguntei a ela: 'O que aconteceu com você? Diga-me o que aconteceu com você! Você tem que se acalmar. Mas fiquei muito impressionado", disse o gerente.

Câmera filmou a jovem chorando

Uma câmera acoplada no uniforme de uma policial flagrou a jovem aos prantos. Ela estava ainda inconsolada quando os agentes chegaram ao local para receberem o primeiro depoimento da suposta vítima. Na ocasião, ela disse que se sentia "envergonhada" e também "culpada" por ter aceitado entrar em espaço reservado onde estava o jogador.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.