! Shevchenko supera Ronaldinho e ganha a 'Bola de Ouro' - 13/12/2004 - UOL Esporte - Futebol

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  13/12/2004 - 16h05
Shevchenko supera Ronaldinho e ganha a 'Bola de Ouro'

Da Redação
Em São Paulo

O atacante ucraniano Andriy Shevchenko, do Milan, foi premiado nesta segunda-feira com o prêmio "Bola de Ouro", concedido pela revista "France Football" ao melhor jogador do ano em atividade na Europa. O brasileiro naturalizado português, Deco, e Ronaldinho, ambos do Barcelona, ficaram com o segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Reuters 
Shevchenko: o melhor do ano na Europa, segundo a revista "France Football"
O ucraniano, de 28 anos, recebe o prêmio o após alcançar a marca de 102 gols em seis temporadas pelo Milan. No time italiano, conquistou a Liga dos Campeões em 2003 e o Campeonato Italiano em 2004.

O prêmio, que teve sua primeira edição em 1956 e tem um júri composto por jornalistas de 52 países afiliados à Uefa, é considerado o mais importante dos concedidos por publicações esportivas. Antes do resultado, Ronaldinho e Deco, além do próprio Shevchenko, eram considerados favoritos.

"Quando eu comecei a jogar futebol, eu sonhava em ser um jogador de ponta e, talvez, ganhar um prêmio tão prestigioso como este. Estou muito feliz, e gostaria de mandar uma mensagem para todas as pessoas que gostam deste esporte: o que está acontecendo comigo pode acontecer com qualquer garoto", declarou o atleta, bastante emocionado, no momento em que era premiado. Shevchenko aproveitou também para dedicar sua conquista "à minha Ucrânia".

Ronaldinho felicitou publicamente o colega de profissão pela obtenção da "Bola de Ouro". Em sua opinião, o atacante do Milan mereceu ganhar, pelo trabalho que vem fazendo no Milan. Ainda assim, para o atacante do Barcelona, "todos os jogadores que disputavam o prêmio (eram 50) tinham condições de ganhar, mas só entrar na lista já deve nos deixar contentes"

Shevchenko venceu a eleição da revista francesa com 175 votos. Deco, do Barcelona, ficou em segundo, com 139, seguido por Ronaldinho, com 133, e pelo francês Henry, com 80. O brasileiro Adriano, da Inter de Milão, ficou em sexto, com 27 pontos.

No ano passado, a Bola de Ouro foi entregue ao meia tcheco Pavel Nedved, da Juventus, da Itália. Henry foi o segundo, à frente do italiano Paolo Maldini, do Milan.

Jogadores brasileiros já ficaram com a "Bola de Ouro" em três oportunidades. Ronaldo ganhou em 1997 e 2002, enquanto Rivaldo levou a taça em 1999. Ronaldo foi segundo em 1996 e terceiro em 1998, enquanto Roberto Carlos perdeu para seu companheiro de Real Madrid em 2002.

De Kiev à Lombardia
Foi na escola soviética do Dínamo de Kiev que Shevchenko se formou. Seu técnico no time de seu país, Valeri Lobanovski, privilegiava o espírito de equipe e condenava individualismos e disputas por artilharia. Chegando ao Milan, tudo mudou de figura.

"Tive que mudar meu estilo rapidamente, diante da pressão da torcida, do clube e da imprensa, que esperavam de um atacante um gol atrás de outro", conta o atleta. "Tive que lutar muito para me impor na Itália. primeiro, tive que pensar no meu total de gols. Esse 'egoísmo' era proibido para mim no Dínamo, mas consegui me adaptar", completa.

Com 22 anos, em 1998 Shevchenko deixou Kiev e seguiu para Milão, na rica região da Lombardia, na Itália. Muitos de seus compatriotas duvidaram do sucesso do atacante no badalado time do Milan. "Assim como todos os jogadores de Dínamo, ele foi muito cuidado pelos colegas de equipe. Na Itália, terá que enfrentar a enorme pressão do campo de jogo e, sobretudo, dos meios de comunicação. Será muito duro para ele", sentenciou, à época, um jornalista ucraniano à revista "France Footbaal", a mesma que agora lhe concede a "Bola de Ouro".

Mas Shevchenko soube se impor. Já em sua primeira temporada marcou 24 gols, e repetiu a dose na temporada seguinte, sendo o vice-artilheiro do Campeonato Italiano, dois gols atrás do argentino Hernán Crespo.

Na temporada 2001-02, no entanto, sua carreira européia sofreu oss primeiros revezes. Quando estava com a marca de 14 gols, sofreu uma séria lesão no joelho esquerdo, em julho de 2002, e só voltou aos gramados em outubro.

O ucraniano voltou, mas apresentando um rendimento aquém do apresentando anteriormente, só marcou mais quatro gols na temporada seguinte, mas converteu o pênalti decisivo na final da Liga dos Campeões, contra a Juventus de Turim.

A partir daí, a máquina de gols ucraniana voltou à ativa. Com 24 gols, foi o artilheiro do Campeonato Italiano em 2003-04, e obteve seu primeiro título nacional na Bota. Agora, na segunda metade do ano, segue no mesmo nível: já ultrapassou a marca dos 100 gols no Milan e ajuda a sua seleção a seguir no primeiro lugar em seu grupo nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2008. A "Bola de Ouro" está em boas mãos.


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