| 29/12/2005 - 18h29 Autuori aceita oferta milionária do Japão e deixa o São Paulo Danilo Valentini Do Pelé.Net Em São Paulo A palavra que Paulo Autuori havia dado ao São Paulo na última segunda-feira não foi páreo para uma proposta financeira oferecida pelo Kashima Antlers, que nesta quinta acabou confirmando o brasileiro que acabou de conquistar o Mundial de Clubes, no Japão, como seu novo técnico.
Reuters Autuori chegou a recusar oferta, mas ganhou contraproposta e trocou o Brasil pelo Japão Depois de recusar uma proposta do próprio Kashima e de outros clubes do futebol japonês e árabe, alegando que este era o momento de priorizar sua carreira e prosseguir em um clube onde teve uma temporada extremamente vitoriosa, Paulo Autuori comunicou o São Paulo sobre sua saída nesta quinta, depois de ter recebido uma nova oferta, que acabou sendo definitiva na sua decisão.
"Ponderei que ele não deveria sair agora, que ele interessaria daqui um ano a vários outros clubes. Mas alguma coisa falou mais alto. Valeu muito a proposta financeira, pesou demais", admitiu o vice-presidente de futebol do São Paulo, Juvenal Juvêncio.
O diretor do clube chegara a desmentir a negociação na manhã desta quinta, quando a agência de notícias japonesa Kyodo News já divulgava a contratação do Kashima Antlers. "Para mim, vale a palavra da segunda-feira", dissera Juvêncio nesta manhã, acreditando que o técnico manteria a decisão tomada na reunião do início da semana, quando informou que preferia seguir no clube onde conquistou a Libertadores e o Mundial mesmo diante da proposta do Kashima.
Autuori, no entanto, procurou a diretoria do São Paulo à tarde informando que havia aceitado a proposta do Kashima. "Ele falou que esta transferência é muito importante e que uma filha dele vai morar no Japão com ele. O futebol tem dessas surpresas", disse Juvenal Juvêncio.
A surpresa, aliás, derruba o planejamento que o clube já havia preparado para a próxima temporada, que começa para o elenco no próximo dia 10, quando os jogadores se reapresentam. A pressa para definir o novo técnico, porém, vai ser evitada a todo custo pelo São Paulo.
| Chegamos a iniciar o planejamento para 2006. Mas houve novo contato dos japoneses, e a proposta tornou-se irrecusável. Conversei com minha família, ponderei os prós e contras e decidi aceitar este novo desafio. | | | | Paulo Autuori
| "O que podemos fazer agora é lamentar que estamos perdendo o Autuori, e conversar um pouco para decidir com uma perspectiva de erro menor", afirmou Juvenal Juvêncio, desconversando sobre os dois primeiros nomes que surgem como possibilidades claras para assumir o clube.
Desempregado desde o fim do Campeonato Brasileiro, quando levou o Inter ao vice-campeonato, Muricy Ramalho aparece, sim, entre os favoritos do presidente Marcelo Portugal Gouvêa e de Juvenal Juvêncio. Contatos devem ser iniciados nas próximas horas.
Já Toninho Cerezo, que na última temporada trabalhou justamente no mesmo Kashima Antlers que tirou Autuori do São Paulo, é tratado no momento com discrição pela diretoria do clube.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Autuori declarou que manteve uma postura de lealdade com o clube. "Não escondi de ninguém que tinha proposta do futebol japonês, mas só decidi aceitá-la na tarde de hoje", disse.
"Tive uma reunião com a diretoria segunda-feira, apresentei a proposta japonesa a eles, mas tudo continuou caminhando com normalidade. Chegamos a iniciar o planejamento para 2006. Mas houve novo contato dos japoneses, e a proposta tornou-se irrecusável. Conversei com minha família, ponderei os prós e contras e decidi aceitar este novo desafio."
Para o treinador, a ida para o Japão foi baseada na questão financeira, mas acredita que o projeto oferecido pelo Kashima o seduziu bastante para aceitar a oferta.
"Deixo um dos maiores clubes do Brasil para encarar um novo desafio na minha carreira. A questão financeira pesou bastante nesta decisão, mas procuro investir na minha carreira e fiquei muito impressionado pelo projeto que me foi apresentado pelos representantes do Kashima", comentou.
"Agradeço ao carinho e ao respeito que torcedores, jogadores e dirigentes demonstraram por mim durante este período que dirigi a equipe. Saio com a sensação do dever cumprido e ciente de que o trabalho foi bem feito. As conquistas da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes ficarão marcadas para sempre na minha carreira."
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