| 26/02/2006 - 12h06 Revoltado com racismo, Ronaldinho cogitou deixar o campo Da Redação Em São Paulo Tema recorrente no futebol europeu nos últimos anos, a discussão sobre racismo nos estádios ganhou novo capítulo neste sábado, com os insultos da torcida do Zaragoza ao camaronês Samuel Eto'o, do Barcelona, em partida do Campeonato Espanhol.
AFP Após atitude racista da torcida do Zaragoza, Eto'o e Ronaldinho levam o Barça à vitória Após a vitória por 2 a 0 no campo do adversário, no estádio La Romareda, o Ronaldinho Gaúcho, principal estrela do Barcelona e amigo de Eto'o, afirmou que teria abandonado o campo, caso o camaronês tivesse decidido por deixar a partida.
O jogo vinha amarrado e muito marcado até os 31min do segundo tempo, quando torcedores do Zaragoza entoaram coros racistas contra o camaronês Samuel Eto´o. O jogador africano ameaçou abandonar o campo, mas foi contido pelos companheiros de time e o próprio árbitro.
"Se Eto'o deixasse a partida, eu teria ido com ele", afirmou Ronaldinho Gaúcho em entrevista ao diário Sport. Outro jogador do Barcelona declarou que acompanharia o camaronês foi o mexicano Rafa Marquez.
Os incidentes envolvendo racismo marcam a atual edição do Campeonato Espanhol. No primeiro turno, o Getafe foi punido pela RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol) pelo fato de sua torcida ter ofendido Samuel Eto'o durante a partida contra o Barcelona.
Vítima de duas manifestações racistas na temporada, Eto'o é hoje um dos principais atacantes do mundo. Em 2005, foi eleito pela Fifa o terceiro melhor jogador do mundo. É atualmente o artilheiro do Campeonato Espanhol, com 18 gols.
Mas os atos de racismo não se limitam aos estádios da Espanha. Recentemente na Itália, o atacante do Messina Marc André Kpolo Zoro, natural de Costa do Marfim, também ameaçou deixar uma partida, ao ser ofendido pela torcida da Inter de Milão. O africano acabou contido pelo brasileiro Adriano, jogador da equipe adversária.
O racismo é um dos temas que mais preocupa a Fifa na atualidade. Hoje, não existem normas oficiais para eventuais punições a clubes e jogadores. No entanto, a entidade vem debatendo o assunto, que chegou a ser discutido com veemência pelo presidente Joseph Blatter na festa de premiação do melhor jogador do mundo de 2005.
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