A uma semana das eleições no Palmeiras, o nome do vice-presidente Gilberto Cipullo aparece ligado a uma operação financeira com um empresário que trabalha com jogadores de futebol. O cartola, que concorre para permanecer no cargo durante os próximos dois anos, confirma que recebeu em abril de 2008 um cheque de R$ 200 mil, porém se defende.
O dono do cheque depositado na conta de Cipullo é Marcelo Ortiz. O agente já prestou serviços ao zagueiro David, que recentemente deixou o Palmeiras por meio de uma medida judicial, e ao meio-campista Vinícius, que também já saiu do clube alviverde.
"Por mais de uma vez já emprestei dinheiro para ajudar o Palmeiras a pagar suas contas e nunca cobrei juros. Nesse caso, o Marcelo Ortiz devia 200 mil reais ao Palmeiras, porque comprou parte dos direitos do Vinícius, e o Palmeiras me devia. Por isso, a diretoria financeira pediu para o Ortiz, devedor, depositar o que ele devia na minha conta, pois sou um credor. Não existe nada de irregular nisso, é algo comum no mundo dos negócios", explicou Cipullo, em entrevista ao
UOL Esporte.
Segundo o cartola, toda a operação está registrada no balanço do clube. "Meu nome aparece entre os credores diversos, assim como o de outros dirigentes, casos do Palaia [Salvador Hugo Palaia, atual diretor financeiro] e do Paulo Nobre [atual segundo vice-presidente]. Sou um advogado com 38 anos de experiência na área fiscal, e não seria imbecil de receber um cheque nominal se fosse um pagamento ilegal", destacou.
Candidato a terceiro vice-presidente na chapa encabeçada por Luiz Gonazaga Belluzzo, Cipullo falou em "manobra política pela proximidade da eleição" para explicar o surgimento do assunto nesse momento.
O candidato a presidente pela oposição, Roberto Frizzo, negou que tenha partido de sua chapa. "Isso nasceu no seio deles [situação]. São dois grupos que nunca se bicaram. É um assunto muito sério, e não vamos fazer uma cogitação leviana em um momento em que estamos com a eleição ganha. Realizamos uma campanha de alto nível pelo bem do Palmeiras", comentou.
Os dois grupos a que Frizzo se referiu são os que compõem a chapa da situação: o Muda Palmeiras, de Cipullo e Belluzzo, e o grupo de Palaia, que gostaria de concorrer à presidência e acabou aceitando o posto de candidato ao cargo de primeiro vice.
A reportagem tentou entrar em contato com o empresário Marcelo Ortiz e com as pessoas que respondem pelo departamento financeiro do Palmeiras - Palaia e o quarto vice-presidente Ebem Fernando Gualtieri-, porém não não foi atendida.
UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s)