Lenísio troca futsal por universidade e sonha com Mundial estudantil
Campeão mundial de futsal com a seleção brasileira em 2008, o pivô Lenísio anunciou em abril do ano passado que ia deixar as quadras. No entanto, ele ainda tem planos de disputar uma competição internacional da modalidade. De profissional a craque universitário, o mato-grossense agora quer representar o Brasil em outro Mundial.
O próximo Mundial universitário de futsal será realizado em 2014, em Málaga (Espanha). Lenísio está no segundo semestre de educação física na Unip, que conquistou em setembro deste ano o título paulista universitário.
“A Unip não vencia havia dois ou três anos, mas eu joguei e fomos campeões. Eu quis retomar a faculdade depois que parei de jogar, e eles têm uma parceria com o Corinthians. Acabou coincidindo”, contou o ex-jogador de 37 anos.
Lenísio foi artilheiro de cinco edições da Liga Brasileira de futsal e também amealhou cinco taças nacionais entre os profissionais. Ele encerrou a carreira em abril do ano passado, após um período com uma série de problemas físicos.
“Fui derrotado pelas minhas contusões”, escreveu o pivô na rede social Twitter. Falcão, uma das principais referências da seleção brasileira, respondeu: “Futsal órfão. O gol para ele tinha três metros a mais”.
Em setembro, pouco mais de cinco meses depois da aposentadoria, Lenísio começou a trabalhar como supervisor do futsal do Corinthians. Ele tem contrato com o clube do Parque São Jorge até o fim deste ano.
A experiência de Lenísio como atleta universitário começou no início de 2013. O pivô frequenta aulas normalmente e treina uma vez por semana.
“Eu tenho achado muito interessante. A filosofia e o conceito de esporte universitário, de agregar esporte e educação, são o melhor caminho. É muito legal o conceito. Para mim, esse foi um campeonato normal. Procurei vencer, como procurava quando jogava”, disse o ex-profissional.
Lucas Chioro, técnico da Unip, foi goleiro de futsal e chegou a jogar com Lenísio. Além disso, há atletas da universidade que defendem a equipe sub-20 do clube alvinegro. Essa situação minimizou os problemas de adaptação do ex-jogador da seleção.
“O lado esportivo e o alto rendimento eu já conheço. Minha busca agora é saber como é esse outro lado, que é o universitário”, disse Lenísio, que precisou fazer vestibular para entrar.
Com o título paulista universitário, a Unip conseguiu classificação para o brasileiro da modalidade. Lenísio não pôde participar da competição por causa de compromissos com o Corinthians.
Se a Unip avançar e conseguir representar o Brasil no Mundial, porém, Lenísio terá postura diferente: “Eles me falaram que vai ter esse torneio. Eu quero muito participar”.
A presença do jogador da seleção brasileira em uma equipe universitária é um exemplo de como funciona o esporte educacional no país. A Unip disputou a decisão estadual contra a faculdade Drumond, que tem parceria com o São Caetano e também conta com um elenco recheado de atletas profissionais.
Lenísio chegou a iniciar a faculdade de educação física anteriormente, mas a carreira o impediu de concluir o curso. Além de ter retomado os estudos, o ex-jogador tem feito uma série de atividades voltadas à capacitação.
“Meu objetivo é me preparar e passar por várias áreas. Estou fazendo a faculdade e vários cursos para conhecer bastante coisa. Por enquanto, não tenho nada definido sobre o futuro. O alto rendimento eu já conheço, até por trabalhar agora no Corinthians. Quero conhecer mais coisas, como o universitário”, explicou o ex-jogador.
Segundo Lenísio, ele não tem recebido qualquer vantagem de professores por ter sido atleta de seleção ou por ser destaque da atual equipe de futsal da Unip. A única coisa que muda é a relação com algumas pessoas.
“Muitos alunos, por causa da parceria com o Corinthians, iam assistir aos nossos jogos. Então, pude conhecer pessoas que já me conheciam. Tem sido uma experiência bem positiva”, finalizou o ex-jogador.
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