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Daniele Hypólito fica fora do pódio no Mundial

24/11/2002 21h04

Agência Folha
Em São Paulo

A brasileira Daniele Hypólito, 18, não conseguiu confirmar a condição de favorita e terminou fora do pódio na prova do solo, neste domingo, no Mundial por aparelhos de Debrecen, na Hungria.

Vice-campeã na mesma prova no Mundial de Ghent (BEL), no ano passado, Daniele ficou em quinto lugar com 9,237 pontos. Nas etapas anteriores da competição, a brasileira havia obtido pontuação e colocação melhores.

Ela terminou a fase classificatória na terceira colocação, com 9,375 pontos, e foi à final em segundo lugar, com 9,450.

A nota lhe daria a prata, já que a espanhola Elena Gomez obteve 9,487 pontos, e a vice foi a holandesa Verona van der Leur, com 9,350. O bronze ficou com Samantha Sheenan, dos EUA, com 9,325. Daniele ainda ficou atrás da romena Mihaela Ban (9,275).

O Mundial húngaro marca a segunda competição internacional consecutiva na qual Daniele não consegue uma medalha.

No mês passado, no Grand Prix de Glasgow (Escócia), a brasileira, que também era considerada favorita, terminou em sétimo lugar no solo, sua prova mais forte.

Na ocasião, ela disse que havia apresentado as séries que estava preparando para o Mundial e que havia sido um "ótimo treino".

A presidente da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), Vicélia Florenzano, disse que a atleta competiu na Hungria bem melhor do que em Glasgow, mas "um pouco acima do peso".

Daniele, que se recusa a falar sobre o assunto, tem, de acordo com a federação internacional, 1,47 m e 45 kg. Em Ghent-2001, suas medidas eram 1,45 m e 42,1 kg.

Entre Ghent e Glasgow, a ginasta participou de quatro eventos internacionais e conquistou pelo menos uma medalha em todos.

Ela conseguiu pódio no Torneio de Marselha (ouro e bronze), na Copa do Mundo da Alemanha (ouro), nos Jogos Sul-Americanos (cinco ouros e uma prata) e no Torneio Internacional de Curitiba (ouro e bronze).

Daniele já viveu situação parecida com a de hoje nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 99. A ginasta, então principal revelação da seleção nacional e a mais nova do grupo, decepcionou. Terminou em sétimo nas duas finais que disputou e chorou, desapontada com sua performance.

A fragilidade no aspecto emocional fez com que, no ano seguinte, o neurolinguista Roberto Shinyashiki, que auxiliou o Brasil na Olimpíada, dedicasse atenção especial à ginasta.

Apesar da performance abaixo do esperado de sua principal estrela, o Brasil tem motivos para comemorar na Hungria. Em seu primeiro Mundial, o irmão mais novo de Daniele, Diego Hypólito, 16, foi quinto lugar no solo.

Foi a primeira vez que um ginasta do país alcançou uma final em um Mundial. A melhor classificação de um brasileiro na competição havia sido a de Cristiano Albino, 21º no salto, em 1996.