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"Tenho grande possibilidade de ser medalhista", diz Diego Hypólito

02/07/2003 13h38

Lello Lopes
Em São Paulo

O quinto lugar obtido nos exercícios de solo do Campeonato Mundial de ginástica do ano passado, em Debrecen, na Hungria, fez com que Diego Hypólito deixasse de ser apenas o irmão mais novo da maior ginasta da história do país, Daniele Hypólito, e ganhasse brilho próprio. Agora, o adolescente de 17 anos quer mais. Em agosto ele vai disputar os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, e já se vê como um dos favoritos na competição.

"Eu tenho uma grande possibilidade de chegar lá (em Santo Domingo) e ser medalhista. As chances são reais. E acho que não vou estar disputando só no solo (sua especialidade), mas também no salto sobre o cavalo eu tenho possibilidades de ganhar medalhas", disse Diego.

Entretanto, uma contusão no pé esquerdo pode atrapalhar os planos do brasileiro. Para se poupar, Diego Hypólito não vai participar de um "amistoso" com o restante da seleção em Portugal, neste final de semana. "Sofri essa contusão há três semanas, quando caí durante um treino, mas estou quase curado. Só não vou para Portugal para me poupar mesmo. Acho que a lesão não vai me prejudicar no Pan-Americano", garante o ginasta.

Após o quinto lugar do Mundial, muita coisa mudou na vida de Diego Hypólito. Mas o atleta acredita que a pressão por novos resultados não vai atrapalhar o seu desempenho nas próximas competições.

"Não me sinto pressionado. Acho que isso (o assédio depois do Mundial) é ainda melhor. Depois disso tudo vem os fãs, o patrocínio, e o seu trabalho passa a ser reconhecido", analisa Diego.

Pelo menos neste aspecto Diego se assemelha à irmã Daniele. A atleta, que em setembro vai completar 19 anos, também garante que não se incomoda com a pressão para conseguir bons resultados. "Eu já sou bastante crítica com o meu próprio trabalho. Não costumo ouvir o que vem de fora", afirma a ginasta.

O contato entre os irmãos Hypólito não é tão intenso quanto eles gostariam. Os dois estão morando em Curitiba, onde a seleção brasileira treina para os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Mundial, mas a seqüência de treinos impede um contato maior.

"Aqui (em Curitiba) é seleção mesmo, a gente não conversa tanto quanto poderia. A gente não pode ficar falando com as meninas. Não pode ter também esse contato nos treinos porque a gente pode atrapalhar. Mas sempre que pode a gente dá dicas um pro outro, como irmão mesmo", diz Diego.

Se o contato é pequeno, a admiração mútua é enorme. "É muito bom estar perto da Dani porque assim eu não vou estar longe da minha família, que mora no Rio. A Daniele é meu ídolo, ela é meu espelho no esporte", elogia Diego. "Acho que acima de irmã, eu sou fã dele. E agora não tem mais essa história de ser irmão da Daniele Hypólito. Eu o respeito muito por tudo o que ele fez pelo Brasil", rebate Daniele.