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Após falhas, brasileiras buscam título nobre da ginástica artística

21/08/2003 22h37

Por Cristiano Cipriano Pombo
Agência Folha
Em São Paulo

Nesta sexta-feira, a partir das 22h, quando será realizada a final do individual geral, a ginástica artística conhecerá sua atleta mais completa entre as 24 melhores do Mundial.

E, em meio às ginastas de 16 países, as paulistas Daniele Hypólito, 18, e Camila Comin, 20, estarão na luta pelo título mais nobre da modalidade e em busca de um pódio inédito para o país em Mundiais.

Mas, ao mesmo tempo que terão pela frente a espanhola Elena Gomez, 18, dona da maior pontuação na primeira fase e que não perde uma final do solo desde 2002, a russa Svetlana Khorkina, 24, que detém dois ouros olímpicos, e a americana Chellsie Memmel, 15, e a russa Anna Pavlova, 16, grandes revelações deste ano, as brasileiras tentarão não se tornar inimigas de si mesmas.

"Estarão em ação as feras. Tenho que entrar concentrada nos aparelhos e tentar errar o menos possível", diz Daniele, que possui a melhor marca brasileira no individual geral -quarto lugar no Mundial de Ghent-2001.

Mais que as rivais, os erros, que marcaram algumas apresentações no Pan-03, têm sido a principal preocupação das brasileiras na competição em Anaheim.

Após ajudar a classificar a seleção para a Olimpíada de Atenas-2004 e obter as melhores colocações da história do país em um Pré-Olímpico de ginástica, com o 19º e o 21º lugar, Camila e Daniele competem nesta sexta-feira para apagar as falhas cometidas na madrugada desta quinta-feira na final por equipes.

A seleção feminina brasileira, que participava de sua primeira decisão em Mundiais, obteve apenas a oitava colocação, depois de passar a maior parte da competição na sexta posição.

A posição histórica da equipe, que promovia em Anaheim a estréia de Ana Paula Rodrigues, Caroline Molinari e Laís Souza em Pré-Olímpicos, só não foi melhor em razão das falhas de suas ginastas mais experientes: Daniele, Camila e Daiane dos Santos, 20.

As duas primeiras foram mal na trave, com notas 8,137 e 7,587, respectivamente. Já a gaúcha Daiane não foi tão bem em sua especialidade, o solo, obtendo 8,900 pontos -ela se classificou para a final do aparelho com a nota 9,512.

A seleção terminou a competição com a marca 107,297, mais de cinco pontos atrás das norte-americanas, que conquistaram o título. As romenas levaram a prata, e as australianas, o bronze.

Além de conter erros e bater as rivais, Camila e Daniele competem para melhorar suas marcas em Mundiais Pré-Olímpicos.

Na segunda-feira, Camila subiu da 86ª posição no Pré-Olímpico de Tianjin-99 para o 19º lugar em Anaheim, e Daniele pulou do 40º para o 21º posto. "Estou mais experiente e mais preparada fisicamente. Além disso, estou mais regular nos aparelhos", diz Camila, que integra a seleção desde 99.

Nesta sexta-feira, porém, não será a última chance de o Brasil subir ao pódio em provas individuais no Mundial nos EUA, já que no sábado e no domingo serão realizadas as finais por aparelhos, nas quais estarão em ação Diego Hypólito (salto e solo) e Daiane (solo).