Mulher de Oleg, Nadija se adapta ao Brasil e diz que quer ficar no país
Murilo Garavello
Enviado especial do UOL
Em Curitiba
Se a opinião da mulher com quem é casado há 33 anos tiver peso decisivo, Oleg Ostapenko ficará no Brasil após a Olimpíada de Atenas-2004. Nadija Ostapenko, que é coreógrafa da seleção brasileira de ginástica, se diz adaptada ao Brasil e deixa escapar que, por ela, terminaria sua vida no país.
"No Brasil, temos mais qualidade de vida do que na Ucrânia", revela Nadija que, a exemplo do marido, também não gosta de dar entrevistas. Apesar disso, a ucraniana, com um português que já lhe permite comunicar-se com tranqüilidade, não economizou sorrisos e simpatia na conversa que teve com o UOL Esporte.
"Por mim, ficaria aqui pra sempre. Na Ucrânia, as pessoas são frias e zangadas. Já os brasileiros vivem de bem com a vida. Nas ruas do meu país, há muita gente bêbada, é perigoso caminhar sozinha. Aqui, no máximo as pessoas tomam uma cervejinha e não me sinto ameaçada em nenhum momento do dia. No Brasil, compro carnes, frutas e verduras frescas. Na Ucrânia, só tinha acesso a comida congeçada".
"Além disso, lá a gente trabalhava muito, como trabalha aqui, mas ganhava muito pouco. Não podíamos escolher um apartamento, não tínhamos carro, não tínhamos nada", revela Nadija, que diz não sentir saudades de seu país natal. "Sinto falta de minha família, principalmente dos meus filhos. Mas aqui, temos mais qualidade de vida", afirma, antes de ponderar. "Mas vou acabar minha vida do lado dele. Para onde ele for, vou atrás".
Preocupação com os filhos
Uma das únicas coisas que faz Nadija sentir falta da Ucrânia é a saudade dos dois filhos. A filha, formada em educação física, agora cursa publicidade. Foi ginasta e chegou a pensar em ser técnica de ginástica. Desistiu para evitar comparações com o pai.
Já o filho é o maior motivo de preocupação. Ainda concluindo o curso de direito internacional, o herdeiro dos Ostapenko aprendeu a falar pashtu, língua mais falada no Afeganistão. Ele pretende atuar na região. "Fico cheia de peso na consciência porque o incentivei muito a aprender a língua deles. Agora, morro de medo por causa dessas guerras", diz Nadija.
Enviado especial do UOL
Em Curitiba
Se a opinião da mulher com quem é casado há 33 anos tiver peso decisivo, Oleg Ostapenko ficará no Brasil após a Olimpíada de Atenas-2004. Nadija Ostapenko, que é coreógrafa da seleção brasileira de ginástica, se diz adaptada ao Brasil e deixa escapar que, por ela, terminaria sua vida no país.
"No Brasil, temos mais qualidade de vida do que na Ucrânia", revela Nadija que, a exemplo do marido, também não gosta de dar entrevistas. Apesar disso, a ucraniana, com um português que já lhe permite comunicar-se com tranqüilidade, não economizou sorrisos e simpatia na conversa que teve com o UOL Esporte.
"Por mim, ficaria aqui pra sempre. Na Ucrânia, as pessoas são frias e zangadas. Já os brasileiros vivem de bem com a vida. Nas ruas do meu país, há muita gente bêbada, é perigoso caminhar sozinha. Aqui, no máximo as pessoas tomam uma cervejinha e não me sinto ameaçada em nenhum momento do dia. No Brasil, compro carnes, frutas e verduras frescas. Na Ucrânia, só tinha acesso a comida congeçada".
"Além disso, lá a gente trabalhava muito, como trabalha aqui, mas ganhava muito pouco. Não podíamos escolher um apartamento, não tínhamos carro, não tínhamos nada", revela Nadija, que diz não sentir saudades de seu país natal. "Sinto falta de minha família, principalmente dos meus filhos. Mas aqui, temos mais qualidade de vida", afirma, antes de ponderar. "Mas vou acabar minha vida do lado dele. Para onde ele for, vou atrás".
Preocupação com os filhos
Uma das únicas coisas que faz Nadija sentir falta da Ucrânia é a saudade dos dois filhos. A filha, formada em educação física, agora cursa publicidade. Foi ginasta e chegou a pensar em ser técnica de ginástica. Desistiu para evitar comparações com o pai.
Já o filho é o maior motivo de preocupação. Ainda concluindo o curso de direito internacional, o herdeiro dos Ostapenko aprendeu a falar pashtu, língua mais falada no Afeganistão. Ele pretende atuar na região. "Fico cheia de peso na consciência porque o incentivei muito a aprender a língua deles. Agora, morro de medo por causa dessas guerras", diz Nadija.
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