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Mentor da revolução brasileira, Ostapenko fica no Brasil até 2008

03/04/2004 14h02

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O ucraniano Oleg Ostapenko ficará no Brasil até 2008. Mentor da revolução que colocou a ginástica brasileira entre as melhores do mundo, o treinador acertou neste sábado sua permanência na seleção permanente até os Jogos Olímpicos de Pequin, na China.

A Confederação de Ginástica (CBG) e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) chegaram a um acordo que vai permitir o pagamento do salário do treinador. Até os Jogos de Atenas, Ostapenko receberá US$ 3 mil. A partir daí, já com novo contrato, ele deve dobrar esse salário.

A presidente da CBG, Vicélia Florenzano, tinha prometido ao técnico uma resposta até segunda-feira. Neste sábado, porém, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, deu a resposta positiva.

Nuzman não quis comentar o assunto e, de bom humor, até mesmo brincou com os repórteres. "Oleg, que Oleg?", perguntou, sorrindo. Na sexta-feira, Vicélia afirmou que a renovação do técnico estava próxima. A permanência, porém, só seria possível se o dinheiro saísse do COB. "Se o salário entrar no nosso orçamento, vamos estourar", explicou.

A confirmação da permanência foi comemorada entre os membros da comissão técnica da seleção. Rohny Ferreira, coreógrafo da equipe brasileira, disse que será muito mais fácil manter o nível da equipe.

"Nós já sabemos como conduzir o treinamento, mas saber que o mentor de todo esse projeto ainda está no controle é muito mais confortável", disse. "O Oleg é o responsável por essa evolução da ginástica. E, se chegarmos a situações que nunca enfrentamos, é uma segurança ter o Oleg para nos guiar", completa.

Ostapenko está no Brasil desde 2001, ano que marca o salto de qualidade da ginástica brasileira. No Mundial de Anahein, em 2003, o Brasil comprovou sua evolução, com a medalha de ouro de Daiane dos Santos no solo e a classificação da equipe feminina para Atenas.

Ele é também o idealizador dos novos movimentos de Daiane, os duplos twists carpado e esticado. O primeiro, que a levou ao título em Anahein, foi batizado como "Dos Santos" no código da Federação Internacional de Ginástica.