Daiane rechaça peso do nome e aponta sinceridade como trunfo em pena branda
O uso do diurético furosemida rendeu a Daiane dos Santos suspensão de apenas cinco meses – poderia chegar a dois anos. Satisfeita com a decisão, a atleta de 26 anos negou que o peso do nome influenciou na decisão da FIG (Federação Internacional de Ginástica) e enfatizou que a sinceridade foi o trunfo para a defesa obter a pena branda.
“Ajudou o fato de eu ser verdadeira, leal a FIG e a ginástica. Eu mostrei que errei e como tudo aconteceu. Isso que ajudou, não por eu ser a Daiane dos Santos, mas uma pessoa que sempre foi sincera. Nunca precisei colocar a culpa em alguém para ter resultado positivo. A FIG ajudou muito a gente. Eles me conhecem muito bem. Isso fez com que tudo desse certo no final”, analisou Daiane, que enfatizou ao longo da entrevista coletiva o fator sinceridade.
A decisão final da FIG foi fracionada por levar em consideração alguns atenuantes. Os argumentos de Daiane não contestar o exame antidoping realizado em 2 de julho (não pediu a contraprova), admitir o uso da furosemida por desconhecimento de regras, colaborar com a elucidação do caso, não estar em competição e a substância não gerar aumento de performance ajudaram a reduzir a pena para cinco meses, a partir do dia 27 de janeiro.
Notificada sobre o doping no dia 30 de outubro, Daiane dos Santos viajou até Lausanne, na Suíça, para fazer sua defesa pessoalmente. Desde então, a ginasta esperava o parecer final da FIG. “Foi um período bem tenso. Mas estou muito feliz não só pelo resultado de cinco meses, mas por como tudo foi feito, como a FIG reagiu comigo e o que acharam da defesa. Foi muito sincero, muito verdadeiro. Não quis mostrar que não tinha errado, mas sim que não foi proposital. Não teve joguinho de cena, foi tudo sincero”, contou.
A decisão da FIG, no entanto, ainda pode ser contestada pela Wada (Agência Mundial Antidoping), que pode levar o caso à CAS (Corte Arbitral do Esporte). Porém, a hipótese não preocupa Daiane. “Estou tranquila, porque fui sincera e verdadeira. Tirei um peso das minhas costas e agora vou treinar muito para mostrar o que eu faço, que é ginástica boa. Não só a minha, mas do Brasil. Não vou ficar sofrendo por outra situação”, disse.
Na época, Daiane justificou o uso do diurético para tratamento para perder peso. Mesmo com o imbróglio, a ginasta descarta deixar a estética de lado. “Foi uma situação que não só eu aprendi, mas muita gente aprendeu. Que sirva de lição para outras pessoas. Não pode esquecer que é atleta. Só quando não é mais mesmo. Isso tudo ainda vai trazer coisas boas, para que eu reflita mais e cuide ainda mais do que eu já cuidava antes. A estética não tem como deixar de lado, sou mulher e preciso me cuidar”.
Aliviada e feliz com a decisão da FIG, Daiane pretende usar o período de suspensão para se recuperar completamente das cirurgias no joelho e intensificar os treinamentos para retornar à seleção após um ano e meio afastada. A meta inicial é competir no Mundial da Holanda, em outubro. “É a principal competição este ano e o foco está voltado para ela. Preciso treinar bem, estar bem e mostrar aos técnicos que estou apta para defender o Brasil, que tenho qualidade para defender bem o Brasil”, falou a ginasta, que mantém os Jogos Olímpicos de Londres-2012 como objetivo principal.
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