Desfalques excessivos derrubam pretensões individuais masculinas do Brasil no Mundial
Começa neste sábado em Roterdã, Holanda, o Campeonato Mundial 2010 de ginástica artística. A competição é o primeiro passo para as seleções rumo aos Jogos de Londres-2012, o que aumenta o interesse pelas provas por equipes. Para o Brasil, essa importância coletiva se vê dobrada diante dos problemas encontrados para montar o grupo nacional nesta temporada.
OS TITULARES BRASILEIROS EM ROTERDÃ
29 anos | 27 anos | 18 anos |
20 anos | 20 anos | 20 anos |
Os obstáculos maiores aparecem entre os homens. Os dois principais ginastas brasileiros candidatos a medalhas na Holanda não poderão competir. Arthur Zanetti, que no ano passado ficou em quarto lugar nas argolas, está se recuperando de uma cirurgia no ombro. Já Diego Hypolito, grande nome da ginástica brasileira nos últimos anos, operou o tornozelo e deverá ficar afastado das competições pelo menos até abril do ano que vem. De quebra, Victor Rosa e Sergio Eras, também com lesões nos ombros, estão igualmente fora.
Sem três de seus principais atletas, já que Victor é considerado uma das principais peças da equipe por suas boas apresentações em solo e salto, a seleção masculina fica bastante comprometida e praticamente sem chances individuais.
“Não estamos muito preocupados com as finais por aparelhos. O Arthur e o Diego tinham boas chances, mas a gente teve de mudar a estratégia e agora não tem mais essa preocupação”, revelou ao UOL Esporte o coordenador da seleção masculina, Leonardo Finco. Para ele, apenas Mosiah Rodrigues, Sérgio Sasaki e Péricles Silva ainda têm condições de alcançar finais, os três na disputa de individual geral. Danilo Nogueira, Felipe Polato, Francisco Barreto e Petrix Barbosa (reserva) completam o time.
Sasaki, por sinal, é a grande aposta da ginástica masculina brasileira para os próximos anos. No Mundial do ano passado, em Londres, o paulista foi para a final do individual geral e ficou em 19º lugar. “O Sasaki ainda é juvenil [18 anos], mas é muito talentoso. Ele tem condições de fazer uma ginástica muito moderna e arrojada, mas ainda é um pouco instável, e é isso que a gente está tentando arrumar”, explicou Finco, que confia muito em Mosiah Rodrigues, o mais velho da delegação com 29 anos. “A qualidade dele é a experiência em função da idade e dos campeonatos disputados. É um ginasta que chamamos de generalista, ou seja, bom em todos os aparelhos”.
Com chances quase nulas de medalhas individuais, a seleção masculina se apoia na disputa por equipes, que de fato é a mais importante em Roterdã. Apenas as 24 nações mais bem colocadas (tanto entre os homens quanto entre as mulheres) poderão disputar o Mundial do ano que vem, esse sim classificatório para os Jogos Olímpicos de Londres.
A comissão técnica verde-amarela é realista ao reconhecer a impossibilidade de pódio, mas acredita que a classificação para o Mundial do ano que vem, no Japão, é quase certa.
“No último Mundial por equipes [Stuttgart-2007], nós ficamos em 17º. Nosso objetivo agora, com a equipe completa, era ficar em 14º. Mas nessas condições, acho que a gente deva chegar em 15º. Só não podemos abaixar em relação à posição atual”, avaliou Leonardo Finco, para quem as ausências de Diego, Victor, Arthur e Sérgio Eras terão impacto relativo na classificação final. “Pelos meus cálculos, a gente reduz o poder da equipe em torno de dois pontos. É significativo, mas não é alguma coisa para destruir a equipe”.
Após dois dias de provas femininas, a disputa masculina começa na segunda-feira (18/10), com a primeira parte das eliminatórias. A fase classificatória termina na terça. A final por equipes entre os homens será na quinta-feira, a decisão individual geral será na sexta e as finais por aparelhos serão no sábado e no domingo.
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