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Voltas de Jade e Daniele recolocam holofotes sobre seleção feminina no Mundial

Bernardo Feital e Paula Almeida

No Rio de Janeiro e em São Paulo*

15/10/2010 13h01

Em 2009, na primeira grande competição após os Jogos Olímpicos de Pequim, o Brasil levou ao Mundial de Londres uma seleção feminina de ginástica artística completamente renovada, com ‘veteranas’ de 17 anos. Neste ano, a situação começa a voltar ao normal. A equipe verde-amarela em Roterdã contará com os retornos de Jade Barbosa e Daniele Hypolito, que não participaram no ano passado, e terá apenas uma estreante, Adrian Gomes, de 20 anos (Gabriela Soares, de 16, será a reserva do time).

AS TITULARES BRASILEIRAS EM ROTERDÃ

DANIELE HYPOLITO
26 anos
JADE BARBOSA
19 anos
BRUNA LEAL
17 anos
ETHIENE FRANCO
18 anos
PRISCILA COBELLO
18 anos
ADRIAN GOMES
20 anos

A volta de duas das principais ginastas do país devolve ao time um pouco de sua solidez e recoloca o Brasil na elite da ginástica mundial, embora ainda sem a força de anos atrás, quando a equipe contava ainda com Daiane dos Santos e Laís Souza. De quebra, com as ausências de Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Victor Rosa, a seleção brasileira feminina recupera o prestígio perdido para a masculina nos dois últimos anos.

Em Roterdã, o principal objetivo da seleção é se classificar para o Mundial do ano que vem, no Japão, que será qualificatório para os Jogos de Londres-2012. Para tanto, basta ficar entre os 24 times mais bem colocados na classificação geral, missão relativamente fácil para quem ficou entre os oito primeiros nos dois últimos Mundiais e na última Olimpíada.

Mas com Jade e Daniele de volta, as chances brasileiras aumentam também nas competições individuais. No ano passado, apenas Bruna Leal avançou a uma decisão, terminando em 14º lugar no individual geral. Agora, além de Bruna novamente aparecer com boas possibilidade de finais, Jade, medalha de bronze em Stuttgart-2007, é a grande aposta individual do país, com Daniele correndo por fora no individual geral, no solo e até no salto.

Principal técnica da seleção feminina, Iryna Ilyashenko reconhece a boa situação do Brasil, mas prefere não fazer apostas. “Vamos com confiança para o torneio e não posso afirmar individualmente quem tem mais chances de algum bom resultado. Competições são distintas uma das outras. Estamos preparados para fazer um bom papel”, afirmou a treinadora ucraniana ao UOL Esporte.

Ausente no Mundial do ano passado por problemas técnicos e físicos, Daniele Hypolito deu a volta por cima nesta temporada e é a ginasta mais experiente do time em Roterdã. A paulista radicada no Rio de Janeiro evita fazer prognósticos, mas reconhece suas boas condições na Holanda. 

DESFALQUES DERRUBAM PRETENSÕES INDIVIDUAIS
NA SELEÇÃO MASCULINA

Os dois principais ginastas brasileiros candidatos a medalhas na Holanda não poderão competir. Arthur Zanetti, que no ano passado ficou em quarto lugar nas argolas, está se recuperando de uma cirurgia no ombro. Já Diego Hypolito, grande nome da ginástica brasileira nos últimos anos, operou o tornozelo e deverá ficar afastado das competições pelo menos até abril do ano que vem. De quebra, Victor Rosa e Sergio Eras, também com lesões nos ombros, estão igualmente fora.

Sem três de seus principais atletas, já que Victor é considerado uma das principais peças da equipe por suas boas apresentações em solo e salto, a seleção masculina fica bastante comprometida e praticamente sem chances individuais.

“Você não pode prever seu desempenho em um campeonato. Você pode treinar certo 10 horas por dia e, na hora da verdade, errar. A cobrança que tenho é mais pessoal, quero fazer sempre bem”, explicou a ginasta. “Estou mais experiente e isso me ajuda em momentos como esse. Estou mais tranquila e quero continuar meu trabalho para ter mais um bom resultado”. 

Experiência também já não falta a Jade Barbosa, cujo retorno à seleção repercutiu até mesmo internacionalmente. E a ginasta garante que está pronta para lidar com a pressão. “Vamos ver qual será o meu desempenho e só estou pensando em competir bem. Esta é a minha meta”, comentou a ginasta, que não compete fora do país desde Pequim-2008. “Eu tenho de passar por esta prova e estou preparada para fazer o meu melhor neste campeonato. O que eu mais quero é competir e terei de passar por isso”.

Além de Jade, Daniele, Bruna e Adrian, a seleção feminina contará ainda com Ethiene Franco e Priscila Cobello.

Internacional

Como o Mundial de Roterdã é o primeiro passo rumo à Olimpíada de 2012, não foi só o Brasil que resgatou importantes ginastas. Um ano após a esvaziada edição de Londres, o Mundial deste ano contará com nomes conhecidos.

Um dos grandes retornos é o da italiana Vanessa Ferrari, campeã mundial em 2006. Na seleção dos Estados Unidos, enquanto Nastia Liukin e Shawn Johnson ainda estão de fora, Alicia Sacramone, medalhista de prata por equipes em Pequim, volta ao time para formar uma trinca de peso com Bridget Sloan e Rebecca Bross, que brilharam no ano passado e já consolidaram seus nomes internacionalmente.

A China volta a aparecer com uma equipe forte, e a Romênia tenta resgatar seu apogeu com a já experiente Sandra Izbasa e a promissora Ana Porgras. Outros nomes de peso são a australiana Lauren Mitchell, a alemã naturalizada Oksana Chusovitina e a britânica Beth Twedlle.

*Atualizada às 15h22