Japonês "sobra" em Roterdã, vira lenda e garante bi mundial de ginástica

A ginástica artística masculina acaba de ganhar uma nova lenda. Campeão do esvaziado Mundial de Londres no ano passado, o japonês Kohei Uchimura acabou com qualquer dúvida nesta sexta-feira ao assegurar o bicampeonato mundial. Com apresentação muito superior à de todos os outros adversários, o asiático faturou a primeira medalha de ouro de seu país em Roterdã, Holanda.

Tal como nas eliminatórias e na final por equipes (quando levou sua seleção à prata), o japonês fez cada um dos aparelhos com uma superproteção no ombro esquerdo para diminuir as fortes dores que vem sentindo há alguns meses. E mostrou que, mesmo com a pequena restrição física, é o melhor ginasta do mundo atualmente.

Uchimura abriu sua participação no solo, uma de suas melhores provas, e logo cravou a melhor nota do aparelho: 15,566 pontos. Em seguida, partiu para o cavalo com alças e as argolas, assegurando 15 cravados e 15,133 pontos, respectivamente.

Quando foi para o salto, o japonês obteve a segunda maior nota da competição (16,266), assumindo a liderança geral. Depois, voltou a brilhar nas paralelas (15,300) até encerrar sua participação com 15,066 na barra fixa.

Embora só tenha assumido a liderança na quarta rotação, quando passou pelo aparelho de maiores notas, Uchimura mostrou-se favorito durante toda a competição. Enquanto isso, a briga pelo futuro segundo lugar seguia intensa com o alemão Philipp Boy, o russo Maxim Devyatovskiy, o norte-americano Jonathan Horton e o ucraniano Mykola Kuksenkov na disputa.

O alemão foi quem começou melhor, com grandes apresentações no solo e no cavalo, mas logo foi desbancado pelo russo e pelo ucraniano. Horton brilhou nas argolas, mas se atrapalhou no cavalo e no salto, quase comprometendo sua atuação.

A sexta e última rotação, porém, mudou tudo. Com grandes chances de abocanhar a prata, Devyatovskiy caiu duas vezes do cavalo e deu adeus à disputa por medalhas, despencando para o 19º lugar. Já Kuksenkov foi discreto demais no salto.

As surpresas da última bateria foram Boy e Horton. Os dois tiveram grandes atuações na barra fixa, passaram os rivais e, com as respectivas somas de 90,048 e 89,864 pontos, asseguraram a prata e o bronze.

Medalhista de ouro na final por equipes, a China teve problemas com seus dois ginastas que disputaram o individual geral. Bo Lu se machucou no aquecimento do cavalo com alças e, apesar de receber uma infiltração na mão em pleno ginásio, não conseguiu competir em alto nível, tirando menos de 15 pontos em todos os aparelhos, exceto o salto, e terminando na sexta colocação. Já Haibin Teng caiu no cavalo com alças e nas argolas, comprometendo sua atuação.

Encerrado o individual geral masculino, a final feminina da prova será disputada ainda nesta sexta-feira, a partir das 15h30 (horário de Brasília), com transmissão do Sportv.