Em boa fase, Dani Hypolito torce pelos retornos de Daiane e Laís, mas confia em novatas
A medalha de bronze no salto conquistada por Jade Barbosa no Mundial de ginástica artística disputado em Roterdã, há duas semanas, foi sem dúvida o grande resultado do Brasil na competição. Entretanto, as performances de Daniele Hypolito foram as que mais chamaram a atenção da imprensa internacional. Ausente do último Mundial (Londres-2009), a veterana voltou a competir em alto estilo, com boas apresentações em pelos menos três aparelhos e uma vaga na final do individual geral.
Em Roterdã, Dani Hypolito fez sua primeira grande competição internacional em 2 anos e se destacou
Mundial marcou ainda a volta de Jade Barbosa, que não competia pela seleção desde Pequim-2008
Agora, Daniele (c) espera ver o retorno das antigas companheiras Daiane dos Santos (e) e Laís Souza
Os bons resultados no Mundial, com destaque em suas séries de solo, deixaram Daniele com sensação de dever cumprido. “Eu cumpri meu objetivo, que era mostrar para as pessoas que eu estava voltando. Fui muito comentada, e as pessoas ficaram contentes por eu estar lá”, afirmou a ginasta em entrevista ao UOL Esporte.
Quando fez história em Ghent-2001 ao se tornar a primeira brasileira a conquistar uma medalha em Mundiais, Daniele Hypolito já se destacava como uma atleta generalista, aquela que tem regularidade em todos os aparelhos. Foi assim que disputou a final do individual geral nas Olimpíadas de Sydney-2000 e Atenas-2004, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003 e Rio de Janeiro-2007 e no Mundial de Melbourne-2005.
Entretanto, após o Mundial de Stuttgart, em 2007, a paulista radicada no Rio de Janeiro viveu uma queda na carreira e deixou de fazer séries nas quatro provas da ginástica feminina (solo, salto, trave e barras assimétricas). Foi assim na Olimpíada de Pequim-2008 e nas poucas provas que disputou no ano passado, quando viveu sua pior fase.
Fora do último Mundial em razão de problemas físicos e técnicos, Daniele resolveu dar a volta por cima. Perdeu peso neste ano e dedicou-se integralmente aos treinos. Como resultado, ganhou uma vaga na final do individual geral em Roterdã.
“Foi uma surpresa, porque eu tinha esperança de competir bem, mas eu não esperava chegar na final já neste ano”, admitiu. “As coisas aconteceram rápido demais pra mim nesse ano. Primeiro foram as medalhas da Copa do Mundo [dois ouros em um bronze na etapa de Portugal]. Depois, ganhei o Campeonato Brasileiro, quanto conquistei meu nono título nacional. E depois fui medalhista do Pré-Pan [prata no salto e por equipes]. No Mundial, eu só queria competir bem. Fiz minha parte. Eu estava feliz de estar lá competindo, de fazer da ginástica o que eu sou”.
Na Holanda, Daniele destacou-se no solo e no salto, arrancando elogios até de um velho conhecido, o ucraniano Oleg Ostapenko, que foi técnico no Brasil na última década e agora chefia a seleção de ginástica da Rússia. “Ele veio falar comigo e disse que ficou impressionado com o meu salto, que antes não era bom. Outros técnicos tinham me visto na Copa de Portugal e também elogiaram”, contou.
De volta ao alto nível de competição, Daniele, que também ficou satisfeita com o retorno de Jade Barbosa à seleção, agora espera a volta de outras duas ginastas que marcaram a geração de ouro da modalidade no país: Daiane dos Santos e Laís Souza.
Atletas do Pinheiros, as duas voltaram a treinar após passarem por duas novas cirurgias e já manifestaram o desejo de fazerem parte novamente da seleção brasileira.
“Isso quem determina não sou eu, mas eu agradeceria se elas voltassem. Como não sou eu que decido, não posso opinar, mas há uma comissão muito grande cuidando da seleção, e eles vão olhar isso com bons olhos”, afirmou Daniele, que revelou acompanhar, mesmo de longe, a evolução das antigas companheiras. “Eu converso um pouco mais com a Laís, mas com essa correria, não tenho falado tanto com ela. A Daiane eu não vejo desde a Olimpíada, mas quando soube que ela tinha disputado o Estadual [Campeonato Paulista], fui ver a série dela e achei que ela estava bem”.
Apesar de torcer pelo retorno de Daiane e Laís, Daniele Hypolito também mostra confiança nas novas atletas da seleção, embora os resultados da atual geração ainda não sejam expressivos. “A Bruna [Leal] e a Priscila [Cobello] são novas, a experiência vai ajudá-las a se destacarem. Elas só precisam de experiência e tempo para engrenarem”, avaliou a veterana, esperançosa em um bom resultado do Brasil no Mundial do ano que vem, em Tóquio, quando as oito seleções mais bem classificadas garantirão vaga nos Jogos de Londres-2012. “A volta da Jade foi tão boa quanto a minha, e a gente só tem a agradecer. No ano que vem, a gente tem chance sim de ficar entre as oito primeiras e se classificar diretamente à Olimpíada, sem ter que passar pelo último pré-Olímpico”.
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