Sem Diego e Daiane, Brasil fica sem títulos na Copa pela primeira vez desde 2002
A etapa de Glasgow disputada no último final de semana encerrou a Copa do Mundo 2010 de ginástica artística. Como costuma acontecer, já que são poucas as rodadas que contam com grandes astros do esporte, a atual temporada coroou novatos, sobretudo nas disputas femininas, e viu um fato inédito desde 2002: nenhum brasileiro conquistou o título final.
OS CAMPEÕES DA COPA DO MUNDO 2010
Após dois títulos de Daiane dos Santos (e) e quatro de Diego Hypolito (d) em anos anteriores, o Brasil ficou sem campeões na Copa do Mundo 2010 |
Solo: Eleftherios Kosmidis (GRE) - 150 pontos |
Salto: Jeffrey Wammes (HOL) - 160 pontos |
Paralelas: Mitja Petkovsek (SLO) - 150 pontos |
Barra fixa: Marijo Moznik (CRO) - 147 pontos |
Cavalo: Krisztian Berki (HUN) - 190 pontos |
Argolas: Aleksandr Balandin (RUS) - 200 pontos |
Solo: Jessica Lopez (VEN) - 109 pontos |
Salto: Tijana Tkalcec (CRO) - 135 pontos |
Assimétricas: Wu Liufang (CHN) - 156 pontos |
Trave: Wu Liufang (CHN) - 153 pontos |
A falta de brasileiros no lugar mais alto do pódio ressalta o ano difícil da ginástica brasileira, sobretudo entre os homens. Diego Hypolito, único atleta a conquistar quatro títulos de Copa na história da competição, teve um ótimo início de temporada e já havia faturado dois ouros e uma prata nas três primeiras etapas que disputou até sofrer uma lesão que o tirou não só da Copa como de todos os outros campeonatos internacionais do ano, entre eles o Pré-Pan de Guadalajara e o Mundial de Roterdã.
Apesar de ter participado de apenas três rodadas, Diego teve um grande aproveitamento na Copa 2010 e somou 140 pontos no solo, apenas 10 a menos do que o grego Eleftherios Kosmidis, que conquistou a taça da temporada. O israelense Alexander Shatilov, um dos maiores rivais de Diego Hypolito na atualidade, somou 141 pontos e foi o segundo melhor do ano com apenas um ponto a mais do que o brasileiro.
Diego lutava pelo pentacampeonato da Copa do Mundo e tentava manter um título que pertencia a ele desde 2004. Naquela época, o campeonato ainda era disputado ao longo de dois anos, e o ginasta brasileiro venceu as superfinais de 2004 (Birmingham), 2006 (São Paulo) e 2008 (Madri). No ano passado, o especialista em solo ainda venceu a primeira edição da Copa em seu novo formato, disputada anualmente. E ainda conquistou o título com uma etapa de antecedência.
Além de Diego Hypolito, a ginástica masculina brasileira também prescindiu de Arthur Zanetti, que tinha boas chances nas argolas, mas ficou comprometido por uma cirurgia no ombro que o tirou de todo o segundo semestre do ano.
Se entre os homens o Brasil se viu dependente de Diego Hypolito, nas disputas femininas mais uma vez ninguém conseguiu alcançar os feitos de Daiane dos Santos. Bicampeã da Copa com os títulos de 2004 e 2006 no solo, a gaúcha não participou de nenhuma etapa em 2010, pois esteve suspensa das competições internacionais em razão de um flagrante de doping e ainda não voltou à seleção brasileira.
Daniele Hypolito voltou a competir em alto nível e chegou a conquistar um ouro no solo e outro no salto, mas disputou apenas duas etapas ao longo do ano, o que reduziu a praticamente zero suas chances de ficar com o título de melhor ginasta de 2010. Para completar, Jade Barbosa voltou tardiamente à seleção, apenas em outubro, e não disputou nenhuma etapa da temporada.
Os campeões
Embora o Mundial de 2010 já tenha contado com mais astros do que o de 2009, a Copa do Mundo deste ano não teve o prestígio da maior parte dos principais atletas da atualidade. Por isso, com raras exceções, a Copa 2010 viu campeões novatos e de países sem tanta tradição.
Uma das grandes surpresas da temporada foi a venezuelana Jessica Lopez. A latina ficou com o título do solo e ainda foi vice-campeã da trave e das assimétricas. Nestes dois aparelhos, Lopez só perdeu para a chinesa Wu Liufang, que aos 16 anos mostrou que a China não tem problemas de renovação. No salto, a campeã foi a croata Tijana Tkalcec.
Entre os homens, as surpresas foram menores, mas também apareceram. Se o húngaro Krisztian Berki confirmou seu favoritismo no cavalo com alças (190 pontos) e o esloveno Mitja Petkovsek também não deu margem a zebras nas paralelas (150 pontos), nas argolas o jovem russo Aleksandr Balandin deu as cartas. Aos 21 anos, o ginasta europeu venceu as quatro etapas que disputou e alcançou justamente a maior soma possível, 200 pontos.
Beneficiado por ter participado de sete das 12 etapas, o croata Marijo Moznik ficou com o título na barra fixa. Para fechar a lista de campeões, o holandês Jeffrey Wammes, um dos atletas que mais evoluiu nos últimos anos, ficou com o título no salto masculino (Diego Hypolito ficou em quarto lugar).
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