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Ginastas demitidos pelo Flamengo ganham patrocínio de estatal

"Esperamos que isso se solucione rápido", disse Diego Hypólito sobre a penúria da ginástica - AFP PHOTO / THOMAS COEX
"Esperamos que isso se solucione rápido", disse Diego Hypólito sobre a penúria da ginástica Imagem: AFP PHOTO / THOMAS COEX

Agência Brasil

26/03/2013 16h55

Após se revoltaram com a decisão do Flamengo de encerrar o apoio a dois esportes olímpicos no início de março, os atletas de ginástica, tiveram uma boa notícia nesta terça-feira. A Elotrobrás-Furnas, estatal de energia, anunciou contrato de patrocínio com os esportistas.

O apoio publicitário prevê o direito de uso da imagem, durante dez meses, do técnico Renato Araújo e dos atletas Dani Hypólito, Petrix Barbosa, Sérgio Sasaki, Jade Barbosa e Caio Campos, todos demitidos do Fla. O valor varia entre R$ 70 mil e R$ 80 mil por mês.

O Gerente de Comunicação de Furnas, Leandro Rosa, explicou que a empresa ficou sensibilizada com as condições dos atletas olímpicos e espera que, com o contrato, a equipe consiga maior visibilidade e, futuramente, mais patrocínios.

"Esse orçamento está dentro do plano de mídia da empresa ligado a peças publicitárias. Nossa intenção não é de patrocínio. Os atletas não têm nenhuma obrigatoriedade de utilizar a marca Furnas em compromissos externos. Estamos trazendo os atletas para os projetos institucionais de Furnas. Nosso compromisso é com grandes projetos de perspectiva nacional e de não deixar os atletas órfãos", disse Rosa.

Apesar do incentivo, os atletas continuam sem local fixo para treinar. Para Diego Hypólito, veterano entre os atletas olímpicos, o apoio veio em boa hora e permitirá a estabilidade financeira aos atletas enquanto não encontram um lugar para trabalhar.

"Eu tenho patrocínio, mas alguns aqui estavam sem clube e sem salário. Esse contrato nos dá base e tranquilidade para que todos possam buscar local em conjunto", disse Hypólito.

Temporariamente, os homens estão treinando no Clube Pinheiros, em São Paulo, graças a um acordo firmado entre o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o clube paulista.

As mulheres continuam sem um local para treinos, mas existe a possibilidade de, após a Páscoa, treinarem no Clube de Curitiba, para a seletiva do grupo nacional.

Os atletas estão preocupados com a proximidade das Olimpíadas, e afirmam que cada dia sem treino é um obstáculo a mais para a conquista de medalhas. Jade Barbosa é uma das atletas que não tem treinado e está preocupada com a seletiva, em duas semanas.

"Estamos sem ginásio para fazer um treino básico e temos que nos preparar para as seletivas. Há três meses achávamos que o grupo estava em vantagem sobre os adversários, pois tínhamos toda uma estrutura, agora isso tudo acabou", lamentou.

"Esperamos que isso se solucione rápido", disse Diego Hypólito, "pois temos uma Olimpíada no Brasil e se queremos ter resultados, representar bem o país, temos que começar desde já, pois não se conquista uma medalha em um dia, em uma semana, mas em um ciclo e esse ciclo já começou", completou.