Zanetti busca bi mundial sem o movimento que inventou. Culpa da nova regra
No Mundial da Antuérpia, em 2013, Arthur Zanetti executou um elemento que nunca tinha sido feito antes na ginástica. O Zanetti é composto por dois movimentos em que o corpo fica em prancha, paralelo ao solo, primeiro abaixo do nível das argolas, depois acima.
Na época, recebeu a nota máxima no código de pontuação da Federação Internacional. Hoje, virou uma incógnita para o brasileiro: novas regras, que serão usadas no Mundial de Nanning, na China, a partir desta quinta-feira (2), fizeram com que o uso do Zanetti não ajudasse mais a aumentar as notas do campeão olímpico.
“Houve uma mudança de regra. Você não pode mais parar e descansar. Com isso, a série acabou ficando mais rápida e, também, mais cansativa. Por isso, estamos fazendo a série sem o Zanetti”, explica o ginasta.
O problema é que o uso do elemento exige muita força. Antes, o brasileiro conseguia respirar durante alguns movimentos e recuperar energia para chegar ao final, na saída, ainda com forças para executar o exercício com perfeição. Sem o tempo para respirar (hoje, os atletas não podem mais ficar parados por dois segundos, por exemplo), o Zanetti acabaria prejudicando a série.
“A nova regra exige mais dos atletas que fazem argolas. Acaba cansando um pouco mais e é preciso ter mais resistência muscular para chegar ao final bem e conseguir fazer uma saída boa”, completa Zanetti, ao explicar que não seria produtivo usar toda a sua força em um movimento e comprometer a execução do restante das ações.
O elemento, porém, não está descartado. Como o Zanetti ainda tem pontuação máxima, ele segue tendo potencial para melhorar as notas do brasileiro. Para isso, porém, ele precisa ganhar ainda mais força e resistência, algo que pode acontecer até o Rio-2016. Até lá, o ginasta vai se aventurar em novos aparelhos.
No Pan de Ginástica, disputado no mês passado, por exemplo, ele mostrou evolução em suas rotinas de solo e salto. No primeiro, inclusive, chegou ao pódio: foi medalhista de bronze. No Mundial da China, vai competir nos três aparelhos. A equipe brasileira terá, ainda, Arthur Nory Mariano, Caio Souza, Sérgio Sasaki, Francisco Barreto Júnior e Lucas Bittencourt. Diego Hypolito será reserva.
“Eu gosto de fazer solo, dá uma animada. Não tem relação com as argolas. São aparelhos totalmente diferentes, um usando pernas, o outro, braços. Um não ajuda o outro, mas tira um pouco o foco. Ficar só nas argolas acaba cansando”.
Zanetti é o quinto brasileiro a incluir seu nome no código de pontuação da ginástica. A primeira foi Heine Araújo, por um movimento na trave de equilíbrio. Depois, vieram Daiane dos Santos (duas vezes) e Diego Hypolito, com elementos para o solo, e Sérgio Sasaki, na barra paralela.
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