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Lesão coloca Diego no Mundial. E ele responde com melhor nota desde 2012

Diego Hypolito faz apresentação no solo no Mundial de Ginástica da China  - EFE/Rungroj Yongrit
Diego Hypolito faz apresentação no solo no Mundial de Ginástica da China Imagem: EFE/Rungroj Yongrit

Do UOL, em São Paulo

03/10/2014 08h50Atualizada em 03/10/2014 11h20

A duas horas do início do Mundial de Nanning, Diego Hypolito foi chamado pelos técnicos brasileiros: iria competir. Uma mudança brusca para um atleta bicampeão mundial que chegou até mesmo a falar em aposentadoria após ser colocado como segundo reserva do país na competição.

A resposta do brasileiro, porém, não poderia ter sido melhor: em sua especialidade, o solo, ele marcou 15.900, sua melhor nota desde 2012, que valeu o primeiro lugar provisório nas eliminatórias (que termina na madrugada de sábado). “Eu nem sei o que falar. Parece que é um sonho”, disse o atleta, para a TV Globo. A nota foi tão boa que daria a ele, por exemplo, as medalhas de prata no Mundial do ano passado, na Bélgica, ou nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Foi a melhor performance individual do time brasileiro no Mundial até agora. Atual campeão olímpico e mundial, Arthur Zanetti, por exemplo, está em segundo lugar nas argolas, com 15,716. O melhor, até agora, é o chinês Yang Liu, com 15,933, única nota que superou a de Diego em todo o primeiro dia do torneio.

Isso só foi possível, porém, por uma mudança de última hora no time brasileiro. Revelação da equipe, Caio Souza foi cortado do Mundial com dores no pé. Ele sofreu a lesão já na China e não se recuperou. Aos 21 anos, ele era o mais jovem do time.

Antes do Mundial, a comissão técnica brasileira já havia alertado que a posição de reserva de Diego poderia mudar: “Trocas são normais. Já tivemos um Mundial em que dois atletas se machucaram e tivemos de mandar um ginasta viajar às pressas do Brasil. Levar reservas evita isso”, disse o coordenador de ginástica masculina da Confederação Brasileira, Leonardo Finco, sobre as reclamações de Hypolito.

Na semana em que viajou para o Japão, onde o time brasileiro fez a aclimatação para o campeonato, ele postou um desabafo em redes sociais dizendo que não concordava com a decisão de ser o segundo reserva da equipe e que estaria sendo “aposentado”. No dia do embarque, ele foi promovido: como o corte de Pétrix Barbosa, por lesão, ele virou o primeiro suplente. Em entrevista ao SporTV, ele chegou a afirmar que provavelmente não viajaria como segundo reserva.

A decisão de não usar Diego tinha a ver com o objetivo do time brasileiro na China: sonhar com uma final. Apesar de ser muito bom no salto e no solo, ele não se destaca em outros aparelhos. Nesta sexta-feira, por exemplo, ele fez a pior nota da equipe, 11,866 no cavalo com alças. Ele ainda se apresentou na barra fixa e nas barras paralelas. Neles, sua única nota que não foi a descartada (por ser a pior do time) foi nas paralelas, com 13,866 – nela, o pior desempenho foi de Arthur Nory, com 13,666. Caio, um atleta mais completo, tinha chance de conseguir notas mais altas nos três aparelhos em que Diego não foi bem.

A contribuição de Diego no salto e no solo, porém, fizeram a diferença. Os brasileiros competiram no mesmo turno da Ucrânia, quarta colocada nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. E terminou na frente. Após o primeiro dia de classificação (que será finalizada na madrugada de sábado com times como Japão, Rússia e EUA), o Brasil é o terceiro colocado por equipes, com 348,100. O Brasil só ficou atrás dos campeões olímpicos da China (362,698) e da Grã Bretanha (357.193). A Ucrânia ficou em quarto lugar, com 345,540.