Diego Hypolito fala sobre internação por depressão: "Minha vida era dormir"
De volta ao pódio do Mundial com a medalha de bronze conquistada no Mundial de Ginástica Artística, na última semana, Diego Hypolito foi tema de uma reportagem do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, neste domingo. Na entrevista que concedeu, o ginasta explicou melhor o declínio da carreira nos últimos anos e o período em que foi internado com depressão.
"Tomei remédios. Na primeira semana, pode ter me ajudado muito, mas os problemas a gente só supera quando enfrenta. E eu não estava enfrentando meus problemas. Eu estava me escondendo, dormindo. Falei: 'Tenho de voltar a ser o que eu era. Confiar, ser feliz, ter motivação", disse Diego Hypolito, em entrevista concedida antes da sua viagem para a China, onde saiu de reserva da equipe masculina para terceiro colocado na disputa do solo.
Segundo a reportagem da Rede Globo, foram duas semanas de internação, ápice do problema psicológico que Diego Hypolito enfrentou no primeiro semestre deste ano. O calvário do ginasta, na verdade, começou antes disso.
Desde 2008, quando perdeu a chance de levar uma medalha olímpica em Pequim quando era o favorito absoluto, Diego tem se preocupado com o assunto. Em entrevista ao UOL Esporte, em 2013, ele revelou ter feito três anos de análise por conta da frustração. Depois dos Jogos de Londres, em 2012, ele foi demitido do Flamengo, seu clube desde a infância.
Por alguns meses, treinou de favor no Pinheiros, em São Paulo, quando viu os resultados decaírem e a depressão atingi-lo ao máximo. "Minha vida era dormir, dormir e dormir. E eu não sou assim. Para me superar eu tenho de ver o dia, ter felicidade. [Pensei:] 'O que está acontecendo comigo? Quem eu sou? Por que estou assim?' Quando me vi nesse caminho, vi que era algo que não tinha de me controlar", disse Diego ao Esporte Espetacular.
Além do acompanhamento médico, Diego passou por uma virada esportivo. Trocou Renato Araújo, técnico que o acompanhava há 19 anos, por Fernando Lopes, que parece ter assumido um papel mais paterno para o ginasta. "Essa coisa de vida social, de extremo, de baladas, está controlado. Hoje vai na festa do meu filho, da minha esposa, pizzaria, cinema. Coisas tranquilas", disse o treinador há dois meses, em entrevista ao jornal "O Globo".
Na semana que passou, Diego deu o primeiro passo para a volta por cima, com a conquista inesperada da medalha de bronze no Mundial disputado na China. Agora, ele faz troça dos fracassos olímpicos da carreira e projeta estar bem nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.
"Fui a duas Olimpíadas, em uma eu caí de bunda e na outra eu caí de cara. E eu não tenho vergonha disso. Tenho orgulho de ter ido a duas Olimpíadas e pretendo ir a mais uma, mas agora pretendo ficar em pé", concluiu o ginasta.
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