Medalha bate na trave: Sasaki é 5º no salto no Mundial de ginástica
Quando terminou a final do individual geral do Mundial de Nanning, o brasileiro Sergio Sasaki disse que já podia ser medalhista, mas o pódio seguia batendo na trave. Na madrugada deste domingo, mais uma vez, ele ficou perto, mas acabou fora do grupo dos três primeiros.
Na última final com brasileiros na China, o mais completo dos ginastas do país terminou em quinto lugar, com 15,016 pontos. "Eu fiquei chateado. Não foi meu melhor salto e o resultado não foi o que esperava. Mas estava em uma final e tudo poderia acontecer. O melhor do mundo pode errar, como aconteceu, mas eu posso errar também", lamentou, em entrevista ao SporTV. "A final teve muitos erros. Se tivesse acertado meu salto, poderia ser terceiro. Mas os outros também poderiam ter acertado e eu poderia nem mesmo ter ficado em quinto. No ano passado, saltei melhor. Mas é a cabeça. No salto, você se aquece só uma hora antes. e pode chegar frio, nervoso. É cabeça. Quem está melhor, tem mais chance", completou.
O quinto lugar foi a mesma colocação obtida na final do ano passado, na Bélgica, mas com uma pontuação menor – na Antuérpia, fez 15,099. Não que essa queda fosse fazer muita diferença. Os oito centésimos a mais só o fariam ganhar uma posição, o quarto lugar, que ficou com o japonês Kenzo Shirai, com 15,062. No pódio, todos superaram essa nota: o ouro foi para o veterano norte-coreano Se Gwank Ri com 15,416, a prata ficou com o ucraniano Igor Radivilov, com 15,333, e o bronze, com o norte-americano Jacob Dalton, 15,199.
A prova foi marcada pelas quedas dos dois principais candidatos ao título. O sul-coreano Hak Seon Yang, atual campeão olímpico, e o russo Denis Abliazin, os dois primeiros colocados nas classificatórias, erraram seus dois saltos. Com isso, o título de Gwank Ri ficou mais fácil: os três eram os donos dos saltos com maior dificuldade da final. Os dois coreanos com dois saltos de 6,400 e o russo, com uma de suas tentativas com 6,200 – Sasaki, por exemplo, fez dois saltos de 6,000.
Destaque na melhor participação da história da ginástica brasileira em um campeonato mundial, com o país terminando em sexto lugar, Sasaki viu dois de seus companheiros, Arthur Zanetti e Diego Hypolito, subirem ao pódio. O primeiro, atual campeão olímpico, foi prata nas argolas (em sua primeira derrota no aparelho desde 2012). O segundo, bicampeão do solo, voltou ao pódio no mesmo aparelho, terminando em terceiro lugar.
Sasaki foi o atleta do país com o maior número de finais. Foi o sétimo no individual geral e o quinto no salto. No total, se apresentou 20 vezes (incluindo os dois saltos da final do solo). Nenhum outro atleta fez tanto no time brasileiro. "O cansaço é muito mais psicológico. Você passa um mês e meio fora de casa e, em todos os dias em que competi, fiz os seis aparelhos. Era o nosso foco, fazer tudo pela equipe. Mas com isso você não consegue treinar o específico. Não treinei nenhuma vez o meu salto. E a cabeça chega um pouco cansada. Preciso ver o que posso melhorar para beliscar essa medalha que não veio".
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