Ex-procuradora exige mudanças contra abusos sexuais na ginástica dos EUA
A ex-procuradora federal Deborah Daniels exigiu, em relatório divulgado nesta terça-feira (27), uma "mudança cultural completa" na USA Gymnastics, entidade que comanda a ginástica nos Estados Unidos, para proteger crianças que praticam o esporte de sofrer abuso sexual.
Daniels afirmou que o foco principal da USA Gymnastics deve ser "a segurança e o bem-estar dos atletas", e não medalhas olímpicas. Ela também sugeriu que membros que não cumprirem com as exigências sejam desligados da federação nacional.
Segundo o presidente da USA Gymanstics, Paul Parilla, o conselho da entidade foi "unânime" em aceitar as 70 recomendações feitas por Daniels. "Vai levar tempo e planejamento estratégico para ser implementado, mas se fizerem como disseram que vão fazer, estarão na vanguarda do movimento olímpico dos Estados Unidos em relação à proteção de atletas contra abusos", disse a ex-procuradora ao jornal USA Today.
A federação de ginástica norte-americana contratou Daniels após receber críticas sobre o modo com que lidava com denúncias de abuso sexual. Mais de 360 casos em que atletas denunciaram treinadores de assédio sexual nos últimos 20 anos foram coletadas por veículos de imprensa do país.
Entre as recomendações de Daniels, que visitou 25 academias e entrevistou mais de 160 pessoas, estão: denúncia imediata de qualquer suspeita de abuso, a criação de um protocolo claro para lidar com denúncias, a permissão para uma terceira pessoa fazer a denúncia, a retirada da responsabilidade de lidar com a denúncia das mãos do presidente de uma entidade, o desenvolvimento de um processo disciplinar para clubes violadores e a educação preventiva de atletas e pais sobre abuso sexual.
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