Morte de ginasta de 20 anos ocorreu em aparelho 'mais perigoso' do esporte
Resumo da notícia
- Ginasta morreu nos EUA em acidente durante treino nas barras assimétricas
- Melanie Coleman sofreu lesão na coluna cervical
- O aparelho é o de mais alto risco do esporte
- Na ginástica, é preciso a aprender a cair e a focar para diminuir os riscos
A norte-americana Melanie Coleman dedicava-se à ginástica artística no meio universitário do Estados Unidos até que um acidente na última semana a levou à morte. A ginasta de 20 anos lesionou sua coluna ao sofrer um acidente quando treinava nas barras paralelas assimétricas. O susto gerado pela tragédia traduz uma preocupação do dia a dia para quem vive a modalidade.
Uma das preocupações elementares do treinamento para o esporte é que os atletas aprendam, por exemplo, a cair e também a entender os limites do próprio corpo. "No caso (nos EUA), não sabemos precisar as circunstâncias, mas com certeza esse é o maior risco na ginastica (lesão na coluna). Como temos muitos exercícios com múltiplas rotações, se o atleta se perde, tem o risco de cair sobre a coluna e isso é o que mais preocupa e tem que estar atento", ressaltou Leonardo Finco, gerente de seleções de ginastica artística do Brasil e treinador da equipe Grenau, do Rio Grande do Sul.
O cuidado é com todos os movimentos e em todos os aparelhos. No entanto, as barras paralelas assimétricas, nas quais Melanie Coleman se acidentou, é considerado o mais perigoso da ginástica feminina.
"É o aparelho que tem mais risco, e a prova é que a Federação Internacional permite que o treinador fique ao lado do ginasta nas paralelas no feminino e na barra fixa do masculino e nos demais, não. Pressupõe-se que o risco é maior que nos demais. Não é o aparelho que tem mais lesão, mas quando acontece, a lesão é mais complexa", explicou o treinador.
O brasileiro admite o risco no esporte, mas alerta que desde pequenos os atletas aprendem a controlar o próprio corpo e a mente para que isso seja minimizado. "É um esporte realmente de risco e quanto maior o nível que se busca a tendência é que os exercícios tenham mais risco. O que se busca sempre é conversar muito com os ginastas sobre o foco, concentração e disciplina são muito importantes. Qualquer distração pode levar a um acidente grave. Os casos são raros, mas não podemos fechar os olhos para isso e permitir que os atletas ultrapassem os limites", disse.
Aprender a cair e ter um profissional acompanhando são importantes
Leonardo Finco alertou que o esporte não pode ser praticado sozinho. "A notícia assusta a comunidade que pratica o esporte, mas é importante que sempre as pessoas procurem local adequado e com profissional adequado. Pessoas que realmente conhecem. É sempre preciso de um treinador responsável e principalmente criança, porque elas começam a criar confiança. Por exemplo, o exercício de rotação já tem nome de mortal, são os mortais. Mas as crianças acabam aprendendo com facilidade e acabam gostando de correr o risco de exercícios mais difíceis".
Cair também é um aprendizado. "As primeiras lições também requerem aprender a cair, cai de frente, o que fazer, como rolar para se proteger, qual proteção do braço precisa ter. O maior risco é sempre cair sobre a coluna cervical. A pessoa pode ficar tetraplégica ou até vir a falecer. Mas isso não é exclusivo das paralelas, assim como a barra fixa é para aos homens. Quando faz movimentos mais complexos com rotações mais tranquilos, os atletas sempre usam momentos que usam para se localizar no espaço. Se perde a referência do movimento que está no ar, o risco é se perder e cair de cabeça. Isso é igual para o solo e paralelas assimétricas, trave, um pouco menos no cavalo, mas em todos tem que estar atento. Que o ginasta não se perca".
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