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Hypólito diz que contratou segurança após ataques por foto com Bolsonaro

Jair Bolsonaro e Diego Hypolito - Reprodução/Instagram
Jair Bolsonaro e Diego Hypolito Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

30/11/2019 23h05

Diego Hypolito falou no Altas Horas sobre a foto que tirou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ginasta contou que foi convidado pelo apresentador Serginho Groisman para participar, e que chorou muito antes de entrar no estúdio por estar nervoso em falar sobre o tema.

"Tem sido uma super experiencia, porque vivemos um mundo da internet, que não tem dono. Eu só vim no seu programa, porque foi você, nem sei como consegui entrar. Eu estava aos prantos antes de entrar no programa", admitiu.

"A internet, que muitas vezes acha que é uma bobeira, e quando fala implantando ódio, machuca a pessoa. Eu sou gay, acho que devemos ter o respeito ao próximo, independe de escolhas, atitudes, posições."

Diego se encontrou com Bolsonaro no dia 20 deste mês, e rebateu seguidores que o criticaram na ocasião, afirmando que "não sou de esquerda, nem da direita, sou de Deus!". Após a foto, o ginasta ainda não aparecerá mais em comerciais da marca KY.

Diego Hypólito no Altas Horas, da Globo - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Diego Hypólito no Altas Horas, da Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

"Quando encontrei com Bolsonaro, que foi um pedido dele, fui muito atacado. Eu fui em prol do esporte, da cultura, da educação, que estão deixadas de lado. Quando você aparece em uma foto, parece que você apoia todas as intolerâncias. Escutei todas as ameaças possíveis e imaginárias contra mim e minha família. E não é fácil".

Diego ainda lembrou dos Jogos Olímpicos de 2008, na China, quando perdeu a medalha por conta de uma queda na prova de solo.

"Eu me lembrei até de uma coisa. Quando eu caí em Pequim, eu fui para uma balada, e similar como aconteceu agora, levei um tapa na cara de uma pessoa que eu nem conhecia. E desta vez eu tive que ser retirado da balada, porque as pessoas estavam tentando me bater, simplesmente porque eu tirei uma foto com o presidente".

"Nunca imaginei que eu ia precisar andar com um segurança, e eu precisei contratar um segurança porque estava com medo. Isso é uma coisa absurda, principalmente pelo meu público", disse.

Por fim, o ginasta declarou que não viu uma "retrocesso" por parte da comunidade LGBTQ após os ataques que vem sofrido.

"Eu sou gay. Meu público é o público do amor, então não pode me tratar com ódio uma pessoa que é igual a todas as outras pessoas. E a sensação que eu tive, depois de tudo o que escutei, é que todo esse amor, que as pessoas estão dizendo que estão propagando, eu senti que retrocedeu muito. Eu não sou melhor do que ninguém".