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Ex-ginasta Shawn Johnson fala de luta por autoaceitação pós-aposentadoria

Shawn Johnson East contou hoje em vídeo postado nas redes sociais um pouco de sua relação com o corpo - Scott Heavey/Getty Images
Shawn Johnson East contou hoje em vídeo postado nas redes sociais um pouco de sua relação com o corpo Imagem: Scott Heavey/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

30/06/2020 20h12

A ex-ginasta norte-americana Shawn Johnson, medalhista olímpica em 2008, contou hoje em vídeo postado nas redes sociais um pouco de sua relação com o corpo. Aos 28 anos, ela teve de lutar para aceitar sua imagem pós-aposentadoria e superar distúrbios alimentares.

"Eu tive que lidar com o [fato] de não ser mais uma atleta de elite, não treinar 50 horas por semana, comer mais de 700 calorias por dia, o que naturalmente deixaria meu corpo ajustar e ganhar peso, o que era saudável na época, mas eu não sabia como lidar com isso. Comecei a tomar pílulas de emagrecimento. Comecei a fazer tudo e qualquer coisa que pudesse perder peso e parecer como eu era nas Olimpíadas, porque, na minha cabeça, todos me elogiaram pelo que fiz nas Olimpíadas."

"Eles elogiaram quem eu era como ser humano quando eu estava lá e, em minha mente, se eu pudesse parecer assim, não necessariamente competir ou fazer ginástica, mas se eu pudesse ser essa pessoa novamente, o mundo diria que eu era o suficiente e que fui aceita", disse Shawn.

Shawn também falou de sua realidade como atleta, relatando que vivia sob uma dieta restrita a 700 calorias por dia. Desmaios eram frequentes em sua vida, ocasionados por uma intensa carga de treinamentos. A vida como esportista de alto rendimento também prejudicou sua puberdade, tendo sua primeira menstruação aos 17 anos, quando deu uma pausa na carreira, logo após as Olimpíadas de Pequim.

Mesmo retornando à ginástica, pouco antes dos Jogos de Londres 2012, Shawn estava infeliz e se aposentou em definitivo sem disputar a competição. Em 2017, ela sofreu um aborto espontâneo, que ela atribui aos distúrbios alimentares que a perseguem.

"Tive a sensação de que era por causa do meu passado - por causa das pílulas, diuréticos, por morrer de fome e pelas flutuações de peso. Eu pensei que era por causa de todas aquelas más escolhas que eu fiz. Foi muito difícil, e eu não desejo isso a ninguém, mas tive essas experiências difíceis que me tornam uma mãe mais forte e me permitem ensinar Drew [sua filha de oito meses] a ser forte também", finalizou.