Novo campo de golfe anunciado por Paes pega Itanhangá Golf Clube no contrapé
A escolha do campo de golfe para as Olimpíadas de 2016 surpreendeu o presidente do Itanhangá Golf Club (IGC), candidato a sediar a competição. Na última terça-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou a intenção de construir um novo campo em parceria com o empreendimento imobiliário de luxo Riserva Uno, na Barra da Tijuca.
Paes explicou aos membros da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), em visita ao Rio, que as reformas necessárias para adaptar o clube seriam muito caras e obrigariam o fechamento do mesmo por muito tempo. Mas o presidente do Itanhangá não concorda com estes argumentos.
“Temos um parecer de Steve Myers (arquiteto de campos de golfe) que viabiliza a utilização do campo do Itanhangá na Olimpíada”, comentou o presidente do ICG Arthur Porto Pires Junior. “Temos 27 buracos em uma área de mais de um milhão de metros quadrados, o que nos permitiria fazer as obras em etapas”, completou o presidente do clube, que ainda desconhece o custo estimado das reformas necessárias para adaptar o campo.
O fato de o terreno sugerido pela Prefeitura do Rio ser objeto de uma disputa judicial pode jogar a favor do IGC. Na última quinta-feira, Eduardo Paes minimizou o problema ao defender que não conhece nenhum terreno na Barra que não tenha uma pendência judicial.
“Continuamos sendo a melhor opção”, defende Pires Junior. “Estamos aqui há 76 anos e nosso terreno não é alvo de nenhum litígio”.
PREFEITURA DO RIO ESCOLHE TERRENO ENVOLVIDO EM UMA DISPUTA JUDICIAL
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, minimizou o fato de o terreno apontado como possível solução a competição de golfe para 2016 ser alvo de uma disputa judicial. Na última terça, Paes afirmou que o novo campo seria construído ao lado do empreendimento imobiliário Riserva Uno, na Barra.
A solução do Riserva Uno agradou à Confederação Brasileira de Golfe (CBG), que acredita que o novo campo pode trazer um grande legado para a cidade. A estrutura seria construída sem dinheiro público, em troca de “ganhos de parâmetros urbanísticos”, segundo o prefeito, e não pertenceria ao Riserva Uno.
“Foi um acerto optar pela construção de um campo público”, comentou o vice-presidente de Marketing da CBG, Paulo Pacheco. “Hoje, no Rio, há muita dificuldade para iniciar a prática do golfe, pois os dois campos da cidade pertencem a clubes fechados. Se bem administrado depois de 2016, o novo campo pode trazer um grande legado social e revelar novos talentos para o golfe brasileiro”, completou, explicando que a parte operacional do campo ainda “precisa ser discutida”.
O presidente do Itanhangá argumenta que não há como garantir que um novo campo traria um legado para a cidade e acrescenta que também poderia oferecer contrapartidas sociais para receber a competição olímpica.
“Hoje temos 170 meninos na nossa escolinha e muitos deles estão treinando nos Estados Unidos”, defende Pires Junior. “Oferecemos a ideia de construir uma escola de hotelaria e uma academia de formação de profissionais do golfe que poderiam beneficiar muitas das 35 mil pessoas que vivem nas comunidades daqui do Itanhangá. O clube é praticamente ‘semiaberto’. Ofereço a qualquer pessoa, desde que tenha aulas com um professor do clube, até 60 dias de entrada franca, para que se familiarize com o esporte”.
Por trás do interesse pelo golfe olímpico está uma indústria bilionária. Atualmente, segundo dados da Associação Internacional de Operadores de Turismo de Golfe (IAGTO), os golfistas amadores movimentam mais de U$ 30 bilhões (R$ 48 bilhões) por ano. Atualmente, o Brasil não é nem de longe um dos destinos mais procurados e poderia se beneficiar pela visibilidade que o torneio olímpico vai proporcionar.
“Jogar no campo que recebeu a Olimpíada depois de 102 vai ser o sonho de qualquer golfista”, defende Pacheco. “O turista de golfe que vier ao Brasil não vai ficar só no Rio. Essa ideia precisa ser copiada em todo o país”.
Pires Junior, no entanto, não considera definitiva a solução sugerida ao COI pela Prefeitura do Rio e vai continuar lutando para levar a competição para o Itanhangá.
“Não nos participaram em nada”, conta o presidente Arthur Porto Pires Junior. “Respeito a opinião do prefeito como autoridade, mas estou surpreso com a decisão. Ele (Eduardo Paes) frequentou muito o nosso clube na infância, porque o pai dele é sócio, e conhece bem as nossas instalações. Somos o único clube dentro do município do Rio capaz de receber a Olimpíada e ainda estamos no páreo”.
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