Brasil busca melhor resultado em Mundiais, mas grupo forte 'assusta'

A seleção brasileira feminina de handebol vive a expectativa de fazer história no Mundial da modalidade, que começa neste sábado, na China. De 1997 para cá, o máximo que o time conseguiu foi um sétimo lugar em 2005, na Rússia. No entanto, a equipe não teve sorte no sorteio dos grupos e caiu na chave A, mais difícil da competição, ao lado de Alemanha (campeã em 1993), França (campeã em 2003), Suécia, Dinamarca (campeã em 1997) e Congo.

“Nós temos que entrar e fazer o nosso jogo. Este é o grupo mais forte, não tem nenhum outro que tenha o mesmo padrão. Congo é uma boa equipe, acredito que todo mundo vai ganhar de Congo, mas eles trabalham direitinho”, destacou o técnico dinamarquês Morten Soubak.

Além do grupo complicado, a seleção terá que vencer um outro adversário muito presente no grupo: a irregularidade. Durante este ano, jogadoras e o próprio técnico da seleção admitiram que a equipe sofre com uma inconstância em seus jogos. No Pan do Rio de Janeiro, em 2007, o Brasil levou o ouro e sonhava com uma medalha nas Olimpíadas de Pequim. No entanto, ganhou uma partida contra a Coreia do Sul, vice-campeã olímpica na época, mas perdeu o jogo seguinte contra a Suécia e foi eliminada já na fase de grupos.

Se quiser mesmo fazer história, o Brasil terá que ficar entre as três melhores do grupo, que avançam para a chave principal. A tarefa não é fácil, mas o grupo brasileiro mostra que está consciente disso. “A expectativa não vai ser de uma medalha, mas já está na hora da gente dar este um passo a mais. O momento é esse. O mais importante é estar consciente de que a gente tem que avançar”, analisou a pivô Fabiana Diniz "Dara".

O primeiro desafio da seleção será bater a França, campeã mundial em 2003, neste sábado às 7h (horário de Brasília). No último amistoso antes da competição, o time perdeu de 26 a 25 para a Noruega, campeã mundial de 1999. Neste ano, a equipe chegou a vencer as norueguesas, na casa das adversárias, mas este foi o único triunfo em uma série de quatro amistosos contra Dinamarca e Noruega, em outubro.

Para se ter ideia da força dos países nórdicos no handebol, de 1993 para cá, a seleção da Dinamarca alcançou três títulos e dois vices no Europeu, ficando atrás apenas da Noruega, que tem um bronze a mais. Os dois países também conquistaram um Mundial cada. No âmbito olímpico, a Dinamarca soma três ouros nos quatro últimos Jogos, contando feminino e masculino, enquanto a Noruega soma um bronze e um ouro.

Com todo este retrospecto, não tem como colocar os dois países como fortes candidatos ao título desta 19ª edição do Mundial. No entanto, não se pode esquecer a Rússia, tricampeã do torneio (2001, 2005 e 2007).