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Time brasileiro se prepara para disputar Mundial de 'jogadores de aluguel'

Felipe Munhoz

Em São Paulo

04/05/2010 07h00

O Unopar Londrina/Sercomtel será o único representante brasileiro no Super Globe 2010, a quarta edição do Mundial interclubes de handebol, em Doha, no Qatar. Com tudo pago pela organização do campeonato, o time viaja no próximo dia 15 para a difícil missão de enfrentar as melhores equipes do mundo. Não bastasse isso, os brasileiros terão pela frente adversários reforçados por “jogadores de aluguel”.

O Al-Sadd do Quatar se reforçou com o armador central croata Ivano Balic e um dos artilheiros da Champions League Kiril Lazarov, da Macedônia. Enquanto isso, o libanês Al Sad contratou Tonci Valcic e Denis Spoljaric, que também são croatas. O handebol da Croácia é uma das maiores potências da atualidade, a seleção é a atual vice-campeã europeia e possui dois ouros olímpicos, em 1996 e 2004.

Os atletas foram contratados apenas para esta competição, mas isso não desanima um dos jogadores mais experiente do time brasileiro. “Os jogadores não fazem parte do clube, mas se está dentro da regra não vejo porque ficar lamentado. Eu acho que, se isso é possível, eles fazem certo. Eu não me incomodo muito porque sei da realidade do nosso handebol. Quem dera a gente tivesse condições de fazer grandes contratações”, afirmou o armador central Leonardo Luiz Tezelli Bortolini, 33 anos, mais conhecido como Léo.

OUTRAS EDIÇÕES DA COMPETIÇÃO

VIENA (ÁUSTRIA) 1997
Campeão: CB Cantabria (Espanha)
Vice: Drammen HK (Noruega)
Bronze: Doosan KyungWol (Coréia do Sul)
DOHA (QATAR) 2002
Campeão: Al-Sadd (Qatar)
Vice: SC Magdeburg (Alemanhã)
Bronze: Metodista SBC (Brasil)
CAIRO (EGITO) 2007
Campeão: Ciudad Real (Espanha)
Vice: Al-Ahly (Egito)
Bronze: Mouloudia MCA (Argélia)
4º: Metodista SBC (Brasil)

A equipe de Londrina está no Grupo A e terá pela frente o Ciudad Real, da Espanha, e o Zemalek, do Egito. Os espanhóis são os atuais campeões da Copa e da Supercopa da Europa. “Nós temos bastante informação do Ciudad Real, que tem sete jogadores estrangeiros. São três franceses, um croata, um argentino, um sueco e um russo. Eu considero este um dos times mais fortes do mundo”, disse o técnico Giancarlos Ramirez.

Segundo o treinador, a esperança da equipe é fazer um jogo bom contra os egípcios. “A gente conseguiu alguns vídeos da equipe do Egito, vai dar um jogo mais igual. A vantagem que nós temos é que a nossa equipe está junta há muito tempo. Estamos há seis anos sem mudar muito, com a mesma base, desde 2004, ganhamos duas Liga Nacionais e chegamos a seis finais”, explicou Ramirez.

No grupo B, estão o Southern Stars, da Austrália, o Al Sad, do Líbano, e o Al-Sadd, do Qatar. A premiação de US$ 400 mil para o vencedor, US$ 200 mil para o vice e US$ 150 mil para o terceiro colocado é um incentivo a mais. “A gente está indo sabendo da realidade do que vai ser, não ainda ficar só pensando no prêmio. Tem que ter um bom trabalho, ter pés no chão, e não ficar obcecado no prêmio. O dinheiro motiva, mas é a primeira vez que a gente está participando, para alguns atletas será o primeiro torneio internacional, então há muita coisa para motivar”, disse Léo.

Problemas na preparação

Durante o período de preparação, a equipe paranaense enfrentou um pequeno imprevisto. O ginásio onde o time costumava treinar e jogar entrou em reforma. Com isso, os jogadores “se mudaram” para a quadra da Unopar, que tem o piso de cimento. Para evitar lesões, a pedido do Londrina, a CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) emprestou um piso emborrachado para colocar sobre o cimento.

“Isso é uma coisa que às vezes serve para mascarar outras. Este piso é para ter um amortecimento em cima de uma quadra já boa, só que você pegar uma quadra de cimento que não é boa e colocar isso por cima não é a mesma coisa. O ginásio da universidade está bem preparado para receber aulas de educação física e não para jogar e treinar”, desabafou o armador central Léo.