Chana fala em deixar seleção de handebol, mas Londres-2012 pode adiar despedida
A vitória do Brasil sobre a França por 26 a 22, na terça-feira, pelo Mundial feminino de handebol, teve um destaque: a goleira Chana, mais experiente jogadora da seleção, com 32 anos. Depois de ficar o primeiro tempo no banco e ver as rivais abrirem 17 a 10, Chana entrou no time após o intervalo, fechou o gol e liderou a reação da equipe nacional, que lidera o grupo C, com seis pontos (três vitórias em três jogos).
A goleira conseguiu defender 10 dos 15 arremessos das francesas nos 30 minutos finais, teve um aproveitamento de 67% e foi eleita a melhor do jogo. No entanto, atuações como essa podem não ser mais vistas em 2012. Depois do Mundial, Chana pretende deixar a seleção após 14 anos. Nesta quinta, às 19h45, no Ibirapuera, ela faz seu 176º jogo com a camisa verde-amarela, diante da Romênia (com transmissão ao vivo do UOL Esporte). Em caso de vitória, a liderança do grupo estará assegurada.
"O meu objetivo é mesmo o Mundial. Estou muito feliz de estar aqui, e quero fazer o meu melhor, ajudar o Brasil a ter um resultado expressivo. Quero terminar bem, em uma fase boa. Não adianta sair mal da seleção. Meu ciclo está chegando ao fim, são muitos anos com o grupo. A Bárbara (outra goleira do time) está se mostrando preparada para assumir meu lugar, e isso me deixa tranquila. É ruim parar e não ter ninguém para substituir. Hoje, sinto que tenho", afirmou Chana, ao UOL Esporte.
BRASIL VÊ VIRADA CONTRA A FRANÇA COMO HISTÓRICA: 'SÓ DAQUI 100 ANOS'
A vitória do Brasil sobre a França, na terça-feira, por 26 a 22, foi conquistada após uma histórica virada. O time perdia por 17 a 10 no intervalo, mas teve uma atuação brilhante no segundo tempo e ganhou a terceira seguida no Mundial. O técnico Morten Soubak afirmou que os 30 minutos finais do time foram os melhores sob o seu comando, e que uma virada como essa só acontecerá novamente daqui 100 anos.
No entanto, a possibilidade de disputar a quarta Olimpíada da carreira, em Londres-2012, pode fazê-la mudar de ideia. O Brasil já está garantido na competição, e se Chana achar que o país tem condições de brigar por algo melhor na Inglaterra, ela promete pensar em adiar a despedida. "Isso pode acontecer, sim. Se eu me sentir motivada, bem no grupo, daria para ficar até a Olimpíada. Esse Mundial vai provocar um crescimento no handebol, e isso é positivo também".
O possível adeus da seleção, no entanto, não significa que a goleira irá deixar o handebol. Ela ainda tem mais um ano de contrato com o Randers, da Dinamarca, e pretende cumprir o acordo. Depois, acredita que poderá voltar ao Brasil, para encerrar a carreira atuando em um time daqui. Para isso, acredita que o fato de o país receber uma competição com a expressão do Mundial possa atrair mais patrocinadores e ajudar as selecionáveis a voltar para a disputa da Liga Nacional (hoje, 14 das 16 atletas estão no exterior).
"Quero voltar, é uma possibilidade mesmo. Meu marido também quer, e a gente planeja nossa vida pensando nesse retorno. Eu espero que pintem mais investidores. Sempre cobram resultados da gente, e se tivermos um bom desempenho no Mundial, que melhorem a Liga e nos deem as condições de voltar. Hoje, a estrutura daqui não é a mesma que temos fora", disse a experiente jogadora, natural de Capinzal (SC).
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